Formação de Professores




ATPC –20 / 22 DE MAIO
Sugestão de leitura:
Livro - O Menino Da Mala
"Você adora salvar as pessoas, não é? Bem, aqui está a sua chance."
Mesmo sem entender o que sua amiga Karin quer dizer com isso, Nina atende seu pedido e vai até a estação ferroviária de Copenhague buscar uma mala no guarda-volumes. Dentro, encontra um menino de 3 anos nu e dopado, mas vivo. 

Chocada, Nina mal tem tempo de pensar no que fazer, pois um brutamontes furioso aparece atrás do garoto. 

Será que ela está diante de um caso de tráfico de crianças? 

Sem saber se deve confiar na polícia, ela foge com o menino e vai à procura de Karin, a única que pode esclarecer aquele absurdo. 

Quando descobre que a amiga foi brutalmente assassinada, Nina se dá conta de que sua vida está ameaçada e que o garoto também precisa ser salvo. Mas, para isso, é necessário descobrir quem ele é, de onde veio e por que está sendo caçado. 

Neste primeiro livro da série da enfermeira Nina Borg, vendido para 27 países, as autoras Lene Kaaberbøl e Agnete Friis apresentam uma heroína que luta contra seus demônios e busca fazer justiça em meio à crueldade e à indiferença do mundo. 



Tema : preparar sequência de atividades para desenvolver determinadas habilidades.

Desenvolvimento: divisão dos professores em grupos por disciplina,
Cada grupo a partir de seu texto desenvolverá uma sequência de atividades para desenvolver nos alunos a habilidade de:
estabelecer relações de causa e conseqüência, entre partes e/ou elementos de um texto. (H16 – Eixo IV)

Cada grupo falará a sequência que pensou aos outros.

Distribuição do material com a sequência sugerida (Língua Portuguesa 1º texto) para o desenvolvimento desta atividade entre os alunos, discussão entre os grupos e possíveis modificações. Socialização.


Geração Ctrl+C, Ctrl+V: quando copiar é uma necessidade

por Leonardo Sakamoto*
Não sou saudosista. Detesto aqueles discursos de que “no meu tempo, as coisas eram melhores”, porque não eram. Mas, é fato, passamos por mudanças tecnológicas que, se por um lado, propiciaram a livre circulação de informação, que estão mudando a própria consciência da sociedade, por outro facilitaram a picaretagem deslavada.
Uma das coisas que mais me irrita é perceber que um aluno baixou um texto pronto, trocou Jesus por Eduardo, ou nem isso, e o entregou. Já peguei frases como “por isso, pretendo abordar nesta pesquisa de doutorado…” ou “em nossa participação no evento de Caxambu…” perdidas no meio do texto. Ou seja, o gênio nem leu o conteúdo que estava copiando. Ctrl+C, Ctrl+V, botou uma capa ridícula do ClipArt e mandou por e-mail.
OK, atire a primeira pedra quem nunca fez um trabalho de escola copiando a mão no papel almaço ou datilografando no sulfite um trecho da Barsa, Mirador ou Conhecer (#trash80s).
Defendo que conhecimento seja livremente reproduzido e ideias e trabalhos acadêmicos, artísticos, culturais, jornalísticos compartilhados sem restrições. Os produtores de informação vão ter que se aprofundar nas formas de obter recursos para garanti-la (e esse talvez seja o grande desafio de nossa era). Limitar, portanto, o seu alcance uma vez que entra na rede é risível. O conteúdo vai circular, quer o seu “dono” queira ou não. Mas minha reclamação não é essa, mas sim a ausência de citação de fonte e de autor ao reproduzir informação.
Quando interpelei um aluno, tempos atrás, a peça-rara ficou amuada, mas foi para o ataque – que é, sempre, a melhor defesa. Bradou que, em uma sociedade da informação, não mais faz sentido dizer a quem pertence determinada produção, até porque ela não é fruto do trabalho individual, mas do acúmulo coletivo. Boa tentativa pós-moderna – só que não. Pois dizer de onde veio um argumento não é apenas questão de honestidade intelectual, mas ajuda a entender a natureza do próprio pensamento em questão, posicionando-o no tempo e no espaço. E valoriza os produtores de conhecimento que, reconhecidos por isso, podem obter formas de continuar produzindo.
A facilidade de conseguir informações já em formato pronto para ser jogado no software de edição de textos facilitou a reprodução de conteúdo pelos alunos. Como devem ser poucos os professores que fazem um debate sem preconceitos sobre isso, o comportamento é internalizado como comum e levado para outras esferas da vida. Por exemplo, uma das sensações mais deprimentes é receber uma reportagem produzida por alunos de jornalismo que, quando processada por programas que apuram plágio, não se sustenta como coisa inédita. As entrevistas foram publicadas em um jornal, a análise saiu de uma outra revista, até as fotos acabaram por serem obtidas no Google. Tudo bem que o trabalho da imprensa é fazer curadoria, mas isso já é demais.
Quando critiquei o caso em uma aula, um grupo de alunos retrucou. Disse que, na prática, é isso o que eles fazem diariamente como estagiários nas redações em que trabalham: Ctrl+C, Ctrl+V.
Eles têm um ponto. Reescrever com classe textos de outros veículos ou despachos de agências de notícias é considerado arte em alta hoje no jornalismo dado os altos custos de manter repórteres para produzir conteúdo próprio. No limite, profissionais de imprensa são instados diariamente a “cozinhar” material de terceiros sem citar fontes ou o responsável pelo esforço de reportagem. Há um amigo que, inclusive, ouviu de seu chefe a ordem para que o horário de publicação de uma notícia plagiada fosse ajustada para antes do horário da notícia original do concorrente. O horror, o horror!
Como muitos professores nem se preocupam em ler ou corrigir um texto, desde o ensino fundamental até a faculdade, a omissão de docentes é visto como um passe-livre . Como diria o filósofo Al Bundy, de “Married with Children”, só é crime se te pegam.
Isso, aliado às necessidades e limitações de determinadas profissões e empresas, produz um contexto em que a cópia sem reflexão e citação de origem não apenas é tolerada, mas incentivada. Dessa forma, a responsabilidade por erros também é diluída. Se ninguém os produziu, ninguém é culpado.
Leonardo Sakamoto é jornalista e doutor em Ciência Política.
** Publicado originalmente no Blog do Sakamoto. (Blog do Sakamoto) 



ATPC – 22 e 24 abril 2014.
PAUTA

TEMA: JOGOS – QUANDO, COMO E POR QUE USAR

OBJETIVO: MOSTRAR QUE OS JOGOS SÃO UM RECURSO PARA TRABALHAR CONTEÚDOS DE TODAS AS DISCIPLINAS.

SUGESTÃO DE LEITURA:


Esta antologia nasceu de uma espécie de jogo literário - como bem definiu sua organizadora, Heloisa Prieto -, do qual participaram quatro escritores de renome: Ana Miranda, Ricardo Azevedo, Angela-Lago e Heloisa Seixas. Prieto sugeriu aos convidados a leitura de dois textos sobre o tema da transmutação - um trecho das Metamorfoses de Ovídio, obra escrita numa época em que a narrativa se reportava a um tempo e espaço mágicos, nos quais cada ser continha a possibilidade secreta da transformação; e o primeiro capítulo daMetamorfose de Kafka, considerada por muitos a metáfora mais perfeita da condição do homem contemporâneo. A partir dessa leitura, eles criariam seus próprios contos.

Os contos são ilustrados e vêm acompanhados pelos dois textos que lhes serviram de inspiração. Na mesma série de antologias juvenis criadas por Heloisa Prieto estão os volumes Vida crônica e De primeira viagem. 


Dinâmica do ATPC:  Começo aplicando com o grupo todo o primeiro  jogo de leitura do professor Luiz Percival Leme Britto, o material apresenta dois jogos de leitura, apliquei apenas o primeiro. A atividade consiste em falar primeiro apenas o título e pedir que os ouvintes falem sobre como é a história, depois começar a leitura do texto e fragmentos e a cada fragmento pedir que os ouvintes digam como acham que a história continua, e, em seguida continuar a leitura.

Conversa sobre a atividade.

Leitura compartilhada do texto abaixo, retirada da revista Nova Escola. 

Depois da leitura e dos comentários sobre o assunto e compartilhamento de experiências de professores que já trabalham qualquer tipo de jogo  disponibilizei as sugestões de jogos (em anexo).

Diante de um jogo, crianças e adolescentes dão o melhor de si: planejam, pensam em estratégias, agem, analisam e antecipam o passo do adversário, observam o erro dele, torcem, comemoram - ou lamentam - e propõem uma nova partida. Todo esse interesse faz dele um valioso recurso, que pode ser incluído nas aulas com dois objetivos: ensinar um conteúdo ou simplesmente ensinar a jogar.

O material permite trabalhar diversas aprendizagens, como conciliar interesses com os colegas e enfrentar dificuldades. "Um bom jogo é desafiador, permite a interação entre os participantes e mostra a eles se alcançaram seu objetivo sem que o professor precise dar essa indicação", explica Ana Ruth Starepravo, que defendeu o doutorado na Universidade de São Paulo (USP) sobre jogos nas aulas de Matemática.

Para crianças e jovens, o principal atrativo é o caráter lúdico, conceito por vezes mal compreendido, mas que indica que a prática é divertida e pressupõe uma relação interessante entre os participantes. Porém não ficam de fora o compromisso, o esforço, o trabalho e até a frustração. O prazer que proporciona é ligado à superação, à satisfação de ganhar ou de ser melhor que antes. "A motivação é intrínseca. E há sempre a possibilidade de repetir a experiência", diz Lino de Macedo, docente aposentado do Instituto de Psicologia da USP e especialista no tema.

O lúdico, segundo o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), faz parte de nossa vida desde o nascimento por meio de diferentes tipos de jogo. O de exercício (caracterizado pela repetição) e o simbólico (o faz de conta) estão muito presentes no cotidiano das crianças desde cedo, além do jogo de regras, que tem papel mais significativo conforme elas ficam maiores. De acordo com a definição de Piaget no livro A Formação do Símbolo na Criança (376 págs., Ed. LTC, tel. 21/3970-9450, 83 reais), jogos de regras são aqueles "regulamentados, quer por um código transmitido de gerações em gerações, quer por acordos momentâneos". Macedo explica que neles existe a regulação, uma mudança de comportamento do participante a cada instante. "Isso tem a ver com a natureza da atividade: prestar atenção, ver o que o outro faz e ajustar sua ação." No jogo da velha, por exemplo, precisamos levar em conta o quadradinho marcado pelo adversário para ter êxito.

Nem todos os educadores, no entanto, veem os jogos de regras com bons olhos, muitas vezes porque eles geram competição. Para Macedo, a disputa é benéfica e deve ser incentivada na escola. "A palavra competir indica que os oponentes se orientam para a mesma direção, que é ganhar. Ambos perseguem um resultado, uma melhor competência, e esse processo implica colaboração, cooperação e respeito mútuo e à regra."
Planejar para oferecer o material à turma com frequência é essencial

A inclusão de jogos na escola demanda planejamento. Antes de disponibilizá-los para a garotada, analise a variedade e a quantidade disponível para avaliar se todos podem brincar ao mesmo tempo ou se é necessário fazer um rodízio. Além disso, os jogos devem ser atraentes e bonitos e ter bom acabamento. "É na intensidade, na fascinação, na capacidade de excitar que residem a própria essência e a característica primordial do jogo", diz Johan Huizinga (1872-1945) em Homo Ludens (256 págs., Ed. Perspectiva, tel. 11/3885-8388, 29 reais), um clássico sobre o assunto.

O segundo passo é prever horários para explorar o recurso. Os estudantes precisam compreender as regras, saber como usá-las e ter a possibilidade de aprimorar suas estratégias a cada nova experiência. "Isso não pode ser feito eventualmente ou em pouco tempo, mas com regularidade", diz Rosely Palermo Brenelli, professora aposentada da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "O importante é jogar, jogar, jogar. E refletir, refletir, refletir para depois começar novamente", completa Macedo. É nesse vaivém que o aluno aprimora sua prática. Nas páginas a seguir, mostramos como incluir os jogos na rotina. Para ajudá-lo a iniciar o trabalho, indicamos 14 exemplos, entre clássicos e os poucos usados em sala.
Para ensinar a jogar 

Um ritual de ações em que os aspectos social, afetivo e cognitivo estão presentes faz do jogo um recurso importante mesmo que ele não esteja a serviço do ensino de um conteúdo. De acordo com Macedo, o jogo é social por natureza, já que seus participantes se relacionam e obedecem às mesmas regras que seus oponentes. O lado afetivo, ele revela na mobilização de emoções e de energia. Em relação ao desenvolvimento cognitivo, o pesquisador ressalta as habilidades usadas durante uma partida: raciocínio, antecipação de jogadas e previsão das consequências da ação. 

Para que tudo isso seja explorado, é preciso organizar um acervo. Ele deve ser escolhido de acordo com os objetivos didáticos e incluir exemplares que envolvam apenas sorte (como os de percurso, com dados), estratégia (caso do xadrez) ou ambas as características (como o gamão). "Assim como pensamos em uma diversidade textual nas aulas de Língua Portuguesa, devemos pensar na de jogos. Não há como dizer que um tipo é melhor que outro, assim como não é verdade que poesia é mais importante que crônica", diz Adriana Klysis, diretora da Caleidoscópio Brincadeira e Arte. 

Organizados por um docente ou por alguém da equipe gestora, os jogos precisam ficar disponíveis, assim como os livros na biblioteca. Dessa forma, todos têm a oportunidade de escolhê-los e usá-los com autonomia. Nos anos iniciais, quando um professor acompanha a maior parte da rotina, pode-se determinar um horário para esse fim durante as aulas. Já do 6º ao 9º ano, quando os educadores passam pouco tempo com os alunos, os períodos de intervalo são uma opção desde que eles saibam quem consultar em caso de dúvidas. "É comum os jogos serem propostos até o 5º ano e depois desaparecerem da rotina. Isso ocorre por falta de um responsável por eles, e não porque perderam importância", explica Rosely. 

Adriana destaca a importância de o educador indicado para a tarefa conhecer as regras e estratégias dos exemplares disponíveis. "Somente se estiver envolvido com a proposta ele consegue incentivar a participação da meninada." Um meio de despertar o interesse dos jovens é pedir que descubram a história dos jogos, como a do clássico mancala, ou quais as regras adotadas em cada lugar em que ele é jogado (veja os exemplos de jogos abaixo). Mas lembre: esses estudos não substituem as partidas realizadas entre a garotada.

Os alunos se aprimoram com a prática e a discussão sobre estratégias 

Um mesmo jogo oferece desafios diversos em diferentes momentos. Se nos primeiros contatos o domínio das regras exige mais concentração, analisar os movimentos do adversário passa a ser fundamental para ganhar. Numa eventual troca de parceiros, o jogador confronta outros pontos de vista e revê as estratégias utilizadas no início. O aprendizado trazido por essa experiência - como saber lidar com situações adversas e conviver com pessoas que têm outras opiniões - pode beneficiar o aluno nas demais atividades realizadas na escola. Isso é potencializado quando o professor chama a atenção dele para isso. "Convidar a criança a fazer uma autoavaliação, refletindo sobre os meios que utilizou para alcançar o resultado, colabora para que ela tenha consciência de seus erros e acertos", afirma Rosely. 

Para que os estudantes ampliem a compreensão sobre os jogos e aprimorem suas habilidades, troque ideias com eles sobre a estrutura e a dinâmica de cada um. Vale observar o que já sabem e depois fazer perguntas. No caso do dominó, questione: "Qual o total de peças?", "Quais números aparecem nelas?", "Quantas vezes aparece cada número?" e "Existem peças idênticas?". Dessa forma, fica claro que saber as regras e ter sorte não basta para ganhar. É fundamental conhecer as peças para antecipar as ações do adversário. Discuta o tema apresentando uma situação - real ou inventada - envolvendo o quebra-cabeça, por exemplo. Para enriquecer a conversa, veja se a turma sugere meios de facilitar os encaixes. Depois, compartilhe uma estratégia: "É vantajoso começar pelas bordas?" e "É possível fazer o mesmo com outro quebra-cabeça?". Mediações como essa e encaminhamentos para questões apresentadas pelos alunos não podem faltar.
Sudoku 
Anos 
6º ao 9º. 
Objetivos didáticos Formular hipóteses e verificar se elas se confirmam. 
Objetivo do jogo Preencher nove diagramas com nove casas cada, sem repetir os números de 1 a 9. 

Mancala 
Anos 
1º ao 9º. 
Objetivos didáticos Prever a jogada do adversário e procurar a melhor estratégia.
Objetivo do jogo Conseguir capturar a maior quantidade de sementes. 

Quebra-cabeça 
Anos 
1º ao 9º. 
Objetivos didáticos Identificar peças e criar estratégias para montá-las e fazer escolhas. 
Objetivo do jogo Sozinho ou em pequenos grupos, identificar e unir peças para compor uma figura. 

Dominó 
Anos 
1º ao 9º. 
Objetivos didáticos Antecipar a jogada do oponente, calcular e escolher a melhor peça. 
Objetivo do jogo Terminar primeiro as peças que possui, encaixando-as nas de mesmo número já postas na mesa. 

Cara a cara 
Anos 
1º ao 9º. 
Objetivo didático Relacionar informações, pensar em questões e aproveitar respostas para avançar no jogo. 
Objetivo do jogo Adivinhar o personagem escolhido por um colega com base em pistas sobre suas características. 

Mexe-mexe 
Anos 
3º ao 9º. 
Objetivo didático Utilizar as cartas que já estão em um jogo para compor outras combinações. 
Objetivo do jogo Ser o primeiro a terminar as cartas que tem em mãos.
 
Para ensinar conteúdos 

Se seu objetivo é trabalhar um tema do currículo, não basta distribuir os jogos e pôr todo mundo para brincar. É preciso pensar neles como um recurso possível dentro de um planejamento maior e fazer sua escolha com base no desafio que podem gerar. Assim, eles sempre estarão incluídos em uma sequência didática. "O material pode aparecer como um problema inicial e, em seguida, outras atividades são propostas para estudar os conteúdos em questão", diz Ana Ruth. É o caso do fugi-fugi nas aulas de Educação Física, ponto de partida para o estudo da corrida (veja os exemplos de jogos em todas as disciplinas abaixo). 

Outra possibilidade é apresentar o recurso no fim de uma etapa. Isso ocorre durante a elaboração das cartas do perfil. Nesse jogo, o objetivo é identificar as características do que está sendo descrito - o sistema solar em Ciências, por exemplo. "As crianças pensam nas curiosidades e características que devem ser citadas nas cartas relembrando o que viram nas aulas. Os textos permitem ao professor verificar o quanto foi aprendido ou o que precisa ser retomado", diz Cristian Annunciato, físico e pesquisador da Sangari Brasil. 

Ao eleger um conteúdo e identificar qual jogo pode ser usado para ensiná-lo, planeje como será feita a organização da sala, qual o tempo destinado à atividade e a divisão das equipes. Também considere os pontos que podem virar uma discussão posterior conforme a intenção do trabalho e sua experiência. Mas, se você quer usar um que necessita de adaptações para se adequar ao conteúdo a ser tratado, reavalie. Será que esse é mesmo o melhor recurso? Se sim, existe outro modelo que se aproxime mais do seu objetivo? 

Caso a adaptação seja realmente necessária, certifique-se de que as alterações feitas mantiveram a clareza das regras e os modos de atingir os objetivos. Outra condição: o entretenimento tem de se manter instigante. Um bom exemplo é o bingo, em que os números podem ser substituídos por letras para que ele seja usado nas aulas de alfabetização. "O jogo não pode ser descaracterizado e deve significar um desafio real para o grupo. Isso varia conforme os alunos e também com o passar do tempo", comenta Adriana. 

Enquanto a turma joga, seu papel é o de observador. A discussão vem depois 

Durante a partida, observe e registre o que acontece: avalie como os alunos lidam com os desafios. Evite intervir a todo momento e garanta que tenham, de fato, liberdade para decidir o que fazer. "O professor deve permitir que cada um busque o que considera a melhor solução. Se simplesmente mostra como jogar ou fica interrompendo, descaracteriza a atividade", complementa Ana Ruth. Para as crianças que estão aprendendo a contar, por exemplo, calcular a pontuação de uma partida de pega-varetas é um grande momento. O professor, então, deve dar espaço para que encarem o desafio, mas também planejar situações-problema para abordar o conteúdo com toda a turma. Se elas contam os pontos de maneira menos prática (de 1 em 1), em vez de agrupar as varetas de mesma pontuação, a discussão pode incluir a comparação de cálculos e as estratégias mais eficientes. 

Terminada a brincadeira, encaminhe a conversa com base nas suas anotações e peça que todos apresentem argumentos ou pensem no porquê dos erros. Ao entender as diferentes situações, eles jogam melhor. 

Tendo essa vivência durante a trajetória escolar, crianças e adolescentes estarão preparados para muitas situações de sua vida - e para as próximas partidas.
Bingo de nomes 
Língua portuguesa 
Anos 
1º e 2º. 
Objetivo didático Identificar as letras que compõem os nomes da turma. 
Objetivo do jogo Completar primeiro um nome escrito em uma cartela com as letras ditadas pelo professor. 

Pega-varetas 
Matemática 
Anos 
3º e 4º. 
Objetivo didático Aprimorar estratégias de cálculo mental. 
Objetivo do jogo Conquistar mais pontos recolhendo uma a uma varetas coloridas (com valores variados) jogadas na mesa sem mover as demais. 

RPG (Role-playing games) 
História 
Ano 
9º. 
Objetivo didático Interpretar a posição de diferentes países durante a Guerra Fria. 
Objetivo do jogo Assumir ações e falas de acordo com as características da nação que representa. 

Batalha naval 
Geografia 
Anos 
2º ao 5º. 
Objetivos didáticos Conhecer coordenadas geográficas e sistemas de localização de pontos na superfície terrestre. 
Objetivo do jogo Descobrir, numa tabela, onde o oponente desenhou veículos de guerra. 

Desenho e adivinhação 
Língua estrangeira 
Ano 
6º. 
Objetivo didático Relembrar o vocabulário sobre alimentos típicos de um piquenique. 
Objetivo do jogo Identificar o que foi desenhado por um integrante do seu time e falar na língua estrangeira. 

Perfil 
Ciências 
Anos 
5º e 6º. 
Objetivo didático Identificar as características de planetas, estrelas e satélites. 
Objetivo do jogo Baseado em cartas e relatos dos concorrentes, descobrir qual é o elemento do sistema solar. 

Fugi-fugi 
Educação física 
Anos 
1º ao 5º. 
Objetivos didáticos Correr, perseguir, desviar, fugir e pegar. 
Objetivo do jogo O pegador deve capturar o maior número de pessoas enquanto os demais procuram escapar para serem vencedores. 

Leilão de obras de arte
Arte
Anos 
4º e 5º.
Objetivos didáticos Reconhecer características dos quadros de Frans Post (1612-1680) e aspectos históricos.
Objetivo do jogo Identificar, com o menor número de pistas, o quadro descrito no cartão.




ATPC – 08e 10 de abril de 2014
PAUTA
INDICAÇÃO DE LEITURA:
TERRA SONÂMBULA

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Um ônibus incendiado em uma estrada poeirenta serve de abrigo ao velho Tuahir e ao menino Muidinga, em fuga da guerra civil devastadora que grassa por toda parte em Moçambique. Como se sabe, depois de dez anos de guerra anticolonial (1965-75), o país do sudeste africano viu-se às voltas com um longo e sangrento conflito interno que se estendeu de 1976 a 1992.
O veículo está cheio de corpos carbonizados. Mas há também um outro corpo à beira da estrada, junto a uma mala que abriga os "cadernos de Kindzu", o longo diário do morto em questão. A partir daí, duas histórias são narradas paralelamente: a viagem de Tuahir e Muidinga, e, em flashback, o percurso de Kindzu em busca dos naparamas, guerreiros tradicionais, abençoados pelos feiticeiros, que são, aos olhos do garoto, a única esperança contra os senhores da guerra.
Terra Sonâmbula - considerado por júri especial da Feira do Livro de Zimbabwe um dos doze melhores livros africanos do século XX e agora reeditado no Brasil pela Companhia das Letras - é um romance em abismo, escrito numa prosa poética que remete a Guimarães Rosa. Couto se vale também de recursos do realismo mágico e da arte narrativa tradicional africana para compor esta bela fábula, que nos ensina que sonhar, mesmo nas condições mais adversas, é um elemento indispensável para se continuar vivendo.

Objetivo: Identificar as possíveis falhas e acertos de abordagens pedagógicas em que a escola como um todo vem apresentando no qual favorecem o abandono escolar, assim como as possibilidades de mudanças a partir de modelos externos.

Vídeo de apoio: Escola do Rio transforma sala de aula num lugar mais interessante para reduzir abandono - Jornal Fantástico, exibido em 06/04 de 2014

Desenvolvimento:- Análise do vídeo apresentado;
                                - Discussão sobre o tema com a contribuição de todos;
                                - Plano de ação desenvolvimento e ou o término das atividades propostas nas semanas anteriores;

Bibliografia de apoio em anexo:

INDISCIPLINA ESCOLAR: REFLEXÕES – JESUS, Graziela de
1;MAIA, Graziela ZambãoAbdian 2


RESUMO

O objetivo deste texto é realizar uma discussão sobre indisciplina escolar por meio de levantamento bibliográfico das pesquisas que vem sendo realizadas sobre a temática. Esta reflexão sobre a temática é parte do projeto de pesquisa “Indisciplina escolar: um estudo comparado da percepção da direção e dos docentes de uma escola particular e uma escola
pública municipal das primeiras séries do ensino fundamental. Pode-se constatar por meio da literatura que a análise do que vem a ser indisciplina escolar é fortemente influenciada pela concepção de educação escolar dos integrantes da escola. Um dos aspectos evidenciados com o estudo é que os problemas de indisciplina escolar, apesar de serem estudados sobre diversas perspectivas teóricas, não apresentam respostas concretas que possibilitem conceituá-los e/ou identificar suas causas diretas.

Extrai-se do Dicionário Aurélio, os seguintes conceitos de disciplina e indisciplina: Disciplina - Regime de ordem imposta ou livremente consentida; Ordem que convém ao funcionamento regular duma organização (militar, escolar etc.); Relações de subordinação do aluno ao mestre ou ao instrutor; Observância de preceitos ou normas; Submissão a um regulamento. Indisciplina - Procedimento, ato ou dito contrário a disciplina; desobediência; desordem; rebelião.
 IÇAMI TIBA (* TIBA, Içami. Disciplina - Limite na medida certa. São Paulo: editora Gente, 1996. 8ª edição. p. 117 e 145.48 define disciplina: conjunto de regras éticas para se atingir um objetivo. A ética é entendida, aqui, como o critério qualitativo do comportamento humano envolvendo e preservando o respeito ao bem-estar biopsicossocial. O autor aponta como causas da indisciplina na escola as características pessoais do aluno (distúrbios psiquiátricos, neurológicos, deficiência mental, distúrbios de personalidade, neuróticos), características relacionais (distúrbios entre os próprios colegas, distorções de auto-estima) e distúrbios e desmandos de professores.
    A definição que melhor se apresenta é fornecida por YVES DE LA TAILLE (* Op. Cit., p.10.49 que esclarece: Se entendermos por disciplina comportamentos regidos por um conjunto de normas, a indisciplina poderá se traduzir de duas formas: 1) a revolta contra estas normas; 2) o desconhecimento delas. No primeiro caso, a indisciplina traduz-se por uma forma de desobediência insolente; no segundo, pelo caos dos comportamentos, pela desorganização das relações.
        Numa síntese conceitual, a indisciplina escolar se apresenta como o descumprimento das normas fixadas pela escola e demais legislações aplicadas (ex. Estatuto da Criança e do Adolescente - ato infracional). Ela se traduz num desrespeito, "seja do colega, seja do professor, seja ainda da própria instituição escolar (depredação das instalações, por exemplo). Ela se mostra perniciosa, posto que sem disciplina "há poucas chances de se levar a bom termo um processo de aprendizagem. E a disciplina em sala de aula pode equivaler à simples boa educação: possuir alguns modos de comportamento que permitam convívio pacífico".
        Agora, um mesmo ato pode ser considerado como de indisciplina ou ato infracional, dependendo do contexto em que foi praticado. Uma ofensa verbal dirigida ao professor pode ser caracterizada como ato de indisciplina. No entanto, dependendo do tipo de ofensa e da forma como foi dirigida, pode ser caracterizada como ato infracional - ameaça, injúria ou difamação. E para cada caso os encaminhamentos são diferentes.     Constata-se, também, que o ato infracional é perfeitamente identificável na legislação vigente. Já o ato indisciplinar deve ser regulamentado nas normas que regem a escola, assumindo o regimento escolar papel relevante para a questão.
Diante da leitura do texto complementar gostaríamos que todos pudéssemos pensar nas seguintes questões que o texto nos coloca:

1)   Qual  papel que a escola assume perante a sociedade?
2)   Qual o principal problema apontado que compromete o processo ensino-aprendizagem?
3)   A autora Estrela (1992) considera quais fatores para a ocorrência da indisciplina?
4)   Qual a diferença que a Abordagem Tradicional e da Educação nova trazem para a disciplina?
5)   Saviani pontua que “as bases da Pedagogia tradicional foram formuladas a partir do princípio de que a educação é um direito de todos”. Mas a Pedagogia nova legitima as desigualdades. Por que?
6)   A autora também coloca que os problemas escolares perpassam pela ausência de estrutura. Que tipo de estrutura?
7)   Aquino diz que os educadores devem fazer uma reflexão de sua própria prática, pois se os alunos se revoltam, é necessário saber o porquê?
8)   Os autores Pirola e Ferreira (2007) sugerem iniciarmos uma reflexão na própria maneira de atuar, nas nossas dificuldades e principalmente que busquemos uma adequada formação. Reflexão sobre o assunto.
9)   Vianna indica que a disciplina “exigirá uma transformação gradativa do povo”, caminhando para a maturidade e que esta transformação não ocorrerá apenas pela intervenção da instituição escola, mas que a escola ainda é um dos veículos de persuasão sobre as pessoas. Pontuando seu trabalho na valorização e dignificação das classes populares, poderá provocar mudanças na atual ordem social. Concorda?

10)               Oliveira(2005) indica a necessidade de discussões e orientação sobre os problemas disciplinares, entretanto, a falta da orientação está no fato de que nem mesmo a equipe tem claros os princípios que devem nortear o comportamento dos alunos. O que acha desta afirmação?


PAUTA  -  ATPC  01 e 03 de abril

Tema: Planejamento

Objetivos: Entender qual a importância de se planejar e como desenvolver um bom planejamento

Conteúdos: TEXTOS EXPLICATIVOS E FORMULÁRIOS PARA ORGANIZAR O PLANEJAMENTO 2014 – PRIMEIRO SEMESTRE BEM COMO OS PLANOS DE AULAS.
Sugestão de leitura:

Sinopse - O Silêncio das Montanhas - Khaled Hosseini
O Silêncio das Montanhas traz como protagonista os irmãos Pari e Abdullah, que moram em uma aldeia distante de Cabul, são órfãos de mãe e têm uma forte ligação desde pequenos. Assim como a fábula que abre o livro, as crianças são separadas, marcando o destino de vários personagens. Paralelamente à trama principal, Hosseini narra a história de diversas pessoas que, de alguma forma, se relacionam com os irmãos e sua família, sobre como cuidam uns dos outros e a forma como as escolhas que fazem ressoam através de gerações. Assim como em O Caçador de Pipas, o autor explora as maneiras como os membros sacrificam-se uns pelos outros, e muitas vezes são surpreendidos pelas ações de pessoas próximas nos momentos mais importantes. Segundo o próprio Hosseini, o novo título "fala não somente sobre a minha própria experiência como alguém que viveu no exílio, mas, também sobre a experiência de pessoas que eu conheci, especial os refugiados que voltaram ao Afeganistão e sobre cujas vidas tentei falar tanto como escritor quanto como representante da Organização das Nações Unidas. Espero que os leitores consigam amar os personagens de O Silêncio das Montanhas tanto quanto eu os amo". Seguindo os personagens, mediante suas escolhas e amores pelo mundo - de Cabul a Paris, de São Francisco à Grécia -, a história se expanda, tornando-se emocionante, complexa e poderosa. É um livro sobre vidas partidas, inocências perdidas e sobre o amor em uma família que tenta se reencontrar. 

O Silêncio das Montanhas - Khaled Hosseini


O QUE É PLANEJAMENTO?

Segundo o “Aurélio”, planejamento é o ato ou efeito de planejar. É o processo que leva ao estabelecimento de um conjunto coordenado de ações, visando à consecução de determinados objetivos. Planejar é elaborar um roteiro de ações para se atingir um determinado fim. Realmente, ninguém planeja alguma coisa para o nada, ou a partir do nada. Ninguém planeja alguma coisa se não tiver objetivos simples e claros para serem atingidos.
Podemos, inicialmente, dizer que planejamento apresenta alguns tipos de procedimentos, entre  os quais:
1 – o estabelecimento de objetivos, simples, claros e definidos que o coletivo da escola quer alcançar;
2 – a definição dos caminhos que levará aos objetivos pretendidos;
3 – a definição dos procedimentos pedagógicos cabíveis para que possa, através das ações, viabilizar a consecução dos objetivos traçados e pretendidos; e
4 – o  estabelecimento de um roteiro norteando o caminho a seguir para se atingir as metas propostas.
A partir dessas conclusões e procedimentos, podemos entender planejamento como antecipação de ações a serem desencadeadas ao longo do ano letivo, utilizando-se de todos os meios disponíveis para se atingir os fins a que se destina o ato de educar.
Na escola, enquanto educadores, planejamos para ver concretizadas nossas idéias educacionais, vinculadas à formação e informação de alunos capazes de se inserir, com sucesso, no mercado de trabalho (ou seja, de construir seu futuro) e de criar um mundo melhor e mais justo.
Atingir ou não os objetivos propostos já é outra questão. Depende de uma série de fatores dentre os quais a qualidade das ações. Muitas vezes não percebemos ou não despertamos para essas ações. Nossos erros e acertos ficam condicionados à nossa própria razão de existir. Daí a necessária organização de pensamentos e idéias.
Os problemas do dia a dia
Assim, no cotidiano das escolas, não há ação ou ações sem um fim previsto e, dependendo da qualidade das mesmas, os resultados serão diferentes.
Para que o trabalho da ação educativa tenha sucesso é preciso que as ações sejam eficazes para a obtenção de melhores resultados. Disso decorre que se deve planejar o melhor possível. Para planejar melhor é preciso definir clara e objetivamente o que desejamos alcançar. Porém, muitas vezes, na realização das ações para se atingir os objetivos, aparecem obstáculos dos mais  diferentes tipos, principalmente, porque os objetivos não ficaram claros ou são inexeqüíveis. É preciso, portanto, parar, pensar e debater. Por exemplo: os alunos mostram-se indisciplinados, não prestam atenção às aulas, não fazem as lições de casa, faltam constantemente, não estão estudando, mostram-se desinteressados. Frente a esses problemas o coletivo decide: precisamos melhorar!
Melhorar o quê? Como melhorar?
O caminho seria retornar aos objetivos estabelecidos e não alcançados e rever as ações executadas que não deram certo, alterando, assim o rumo de um trabalho equivocado. Diante do fracasso pode-se, até mesmo, chegar-se à conclusão de que os objetivos propostos não eram exeqüíveis.
Para que o coletivo atinja os objetivos a que se propôs, faz-se necessário pois que eles sejam passíveis de serem alcançados.
Para cada objetivo podem ser traçados vários caminhos. Para sua operacionalização, planeja-se, ordenando-se, passo a passo, racionalmente, as ações, aulas, eventos e tarefas. No momento em que o coletivo vai planejar, ressaltamos algumas peculiaridades que devem ser levadas em conta:
1 – observação do universo escolar, suas particularidades, sua cultura, seu patrimônio, sua vida cotidiana.
2 – planejamento para agir – sem ações definidas o plano, estará fadado ao fracasso. Assim, antes de iniciá-lo faz-se necessário perguntar-se: O que é um plano? Por que um plano? Para que um plano? Como se fazer um plano? Quando se fazer um plano? Para quem se fazer um plano? Etc.
3 – indicar os responsáveis pela condução das ações, que se querem com êxito
4 – questionar sobre que caminhos serão mais rápidos e eficazes para se atingir os objetivos?
O papel social da escola
Sem organização, torna-se difícil chegar-se a algum lugar, pois é o meio de realização do planejamento. Organização e planejamento são elementos interdependentes. O segundo não subsiste sem o primeiro.
Ao planejarmos, precisamos discutir nossa tarefa e a função política da escola. Embora, muitas vezes, a escola esteja, inconscientemente, comprometida com os interesses das classes dominantes, reproduzindo suas estruturas e visão de mundo e, às vezes, até legitimando-as, não podemos jamais esquecer de atender aos interesses dos setores mais carentes da sociedade verificando o que, e como, devemos fazer para que a escola possa tornar-se um instrumento eficiente de promoção de mudanças sociais.
Precisamos, enfim, pensar que as crianças das classes desfavorecidas que mais têm dificuldades de aprendizagem, são aquelas que reconhecem (também seus pais), o grande valor do docente que lhes deu o instrumental de luta mais eficaz, para a sua ascensão social e transformação da sociedade.
Planejamento e Organização
Em observações, durante o Planejamento de diversas escolas, pode-se constatar a confusão que muitos educadores fazem entre planejamento e organização. Há casos onde  acreditava-se que a organização deveria estar submetida ao planejamento. O que dá para afirmar é que a organização é “o meio próprio” para a execução de um plano.
Com certeza, dizer que na escola x “tudo é organizado”, poderá ser motivo de orgulho do diretor e do corpo docente, mas não será garantia de que os métodos usados sejam eficientes na formação do cidadão crítico e criativo, que todos desejam, Não se pode confundir planejamento com arrumação, burocracia ou aplicação rigorosa de métodos.
Planejar e organizar não são sinônimos, mas um complementa o outro. Poder-se-ia até dizer que organização é, em síntese, um planejamento eficaz.
Planejamento e organização complementam-se; um não pode existir sem o outro, pois não há como se planejar sem organização e organizar, sem planejamento. É inócuo. O Planejamento serve-se da organização para se realizar, ou melhor, para possibilitar o desenvolvimento das ações do plano.
Escrevendo o plano de aula
Um plano de aula sempre começa traçando objetivos. Tais objetivos sempre devem começar por um verbo no infinitivo e, como regra geral, devem ter um “para que”, ou seja, a frase deve ser composta por duas sentenças. Assim:
Objetivo = Habilidade desenvolvida + qual a razão de desenvolver essa habilidade.
Um exemplo:
Expressar suas ideias e opiniões de forma oral e escrita para aprimorar sua capacidade comunicativa.
Eu disse que essa é uma regra geral pois alguns objetivos envolvem habilidades tão amplas que fica difícil (e até sem sentido) definirmos uma motivo para elas. Por exemplo:
Compreender e interpretar o texto e a música trabalhados.
Além disso, é importante lembrar que os objetivos de um plano de aula sempre referem-se às habilidades e competências que o aluno deverá desenvolver. Uma dica útil: ao elaborar seus objetivos tenha em mente a frase “Ao término da aula, o aluno deverá ser capaz de…”
o    Identificar o gênero conto.
o    Compreender e interpretar o texto e a música trabalhados.
o    Comparar as duas formas de abandono/distanciamento as quais o texto e a música referem-se para dar-se conta de que o valor individual das pessoas está cada vez menor em meio à multidão.
Em seguida, é hora de definir o cronograma dos trabalhos. Aqui, basicamente, você deve escrever, de forma resumida, tudo que vai fazer durante a aula e fazer uma estimativa de quanto tempo vai levar cada passo. Exemplo (assumindo que a aula seria de dois períodos de 50 min. cada):
1.     Apresentação da música Maior Abandonado, de Cazuza e Frejat (5 min.).
2.     Compreensão e interpretação da música de forma oral, tentando levantar assuntos que se relacionem com o tema do abandono/distanciamento entre pessoas, tratado no conto que virá a seguir (20 min.).
3.     Apresentação do conto Grande Edgar, assim como de seu autor, Luis Fernando Veríssimo (5 min.).
4.     Leitura silenciosa do conto (10 min.).
5.     Leitura expressiva do conto pelo professor (5 min.).
6.     Compreensão e interpretação do conto de forma oral, destacando temas como “como nos distanciamos de pessoas importantes ao longo da vida”, “como nos tornamos ‘apenas mais um’ aos olhos da sociedade”, “como nós mesmos não nos damos a devida importância”, etc. (25 min.).
7.     Análise do conto conforme as estruturas características do gênero (apresentação, complicação, clímax, desfecho) (15 min.).
8.     Escrita de um pequeno texto que responda a pergunta “Quem é o “maior abandonado do título da música?” (15 min.).
Terminado o cronograma, é hora de escrever a lista de Tópicos do Conhecimento (ou, com o nome antigo,Conteúdo Programático). Basicamente é uma lista de temas e assuntos estudados durante a aula. Referem-se a fatos, conceitos e princípios, procedimentos, atitudes, etc.
o    Leitura, análise e interpretação do conto Grande Edgar, de Luis Fernando Veríssimo.
o    Leitura, análise e interpretação da música Maior Abandonado, de Cazuza e Frejat.
o    Gênero conto.
o    Gênero letra de música.
Logo após, vem a parte mais trabalhosa do plano, que são as Formas de Mediação (ou Procedimentos,). Aqui devem ser detalhados todos os passos listados no cronograma. Escreve-se sobre ações, processos ou comportamentos que serão propostos pelo professor durante a aula, sempre baseando-se nos objetivos previstos.
Exemplo em 3 momentos:
Planejamento: Primeiro Momento
Composta pela apresentação da música e por sua compreensão e interpretação. Algumas questões orais deverão guiar a discussão, tais como:
o    O que é um “maior abandonado”, citado no título da música?
o    Por que a música diz que “raspas e restos me interessam” (linhas 8 e 9), “mentiras sinceras me interessam” (linha 11)?
o    O que são “mentiras sinceras”?
o    Quem é o “tu” ao qual a música se refere?
o    A que se refere a passagem “pequenas porções de ilusão” (linha 10)?
o    Que tipo de proteção o “maior abandonado” deseja?
Planejamento: Segundo Momento
Apresentação do conto Grande Edgar, do livro de onde ele foi retirado, As mentiras que os homens contam, e do autor Luis Fernando Veríssimo. A obra pode passar de aluno em aluno para que seja manuseada e vista mais de perto. Caso houver exemplares na biblioteca, é importante que isso seja informado aos alunos.
Após é feita a leitura silenciosa pelos alunos e em seguida a leitura expressiva pelo professor. A compreensão e interpretação é feita de forma oral, guiada por questões como:
o    Já lhe aconteceu situações parecidas com a do conto? De que forma? Você esqueceu de alguém, ou alguém esqueceu quem você era?
o    Por que nos esquecemos tão facilmente dos outros?
o    Por que confundimos estranhos com pessoas conhecidas?
o    Por que o personagem “naturalmente” escolhe o caminho “menos racional e recomendável, que leva à tragédia e à ruína”?
o    Será que nós ou as outras pessoas são tão pouco importantes a ponto de sermos esquecidos? Será que nós nos damos a devida importância?
Terminada a discussão, é feita a entrega de um resumo teórico sobre o gênero conto, com um pouco sobre sua história, principais autores e características estruturais. O professor faz, junto com a turma, a análise do conto Grande Edgar conforme aquelas características (apresentação, complicação, clímax, desfecho).
Planejamento: Terceiro Momento
Feita a análise do gênero, faz-se a avaliação, que consiste na elaboração de um pequeno texto que responda questões como “Quem é o “maior abandonado do título da música?”, “Você conhece maiores abandonados como aquele do qual a música fala?”, “O que fazer para não virarmos maiores abandonados?”
E com isso o plano de aula está praticamente feito. Faltam algumas coisinhas como os Recursos que serão utilizados, que são aqueles meios materiais ou humanos que fogem ao padrão de uma aula “comum”, ou seja, ninguém vai colocar que vai usar giz e quadro negro, mas aparelho de som, retroprojetor e outras coisas específicas, sim:
o    Aparelho de som
Finalmente chegamos ao item Avaliação, que, nas concepções mais recentes, costuma ser definida como um “processo contínuo e global com função de diagnosticar, acompanhar e avaliar” (daqueles textos sem referência bibliográfica que alguns professores distribuem na universidade). O importante é o seguinte: avaliação não é só prova. A minha, para essa aula, ficou assim:
Levará em conta a participação do aluno nas discussões e também o texto elaborado em aula, cujo tema permite que seja observado o entendimento do aluno perante os conteúdos apresentados.
E para terminar, obviamente, as Referências Bibliográficas do material utilizado na aula:
CAZUZA e FREJAT. Maior abandonado. Disponível em: <http://letras.terra.com.br/cazuza/919100/>. Acesso em: 22 abr. 2009.
GIARDELLI, Mempo. Assim se escreve um conto. Trad. De Charles Kiefer. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1994.
JÚNIOR, R. Magalhães. A arte do conto: sua história, seus gêneros, sua técnica, seus mestres. Rio de Janeiro: Edições Bloch, 1972.
SOARES, Angélica. Gêneros literários. São Paulo: Ática, 1997.
VERÍSSIMO, Luis Fernando. Grande Egar. In:__ As mentiras que os homens contam. São Paulo: Objetiva, 2000.

 

10 dicas para a elaboração do Plano de Aula


Preparar um plano de aula  eficaz requer experiência e dedicação. Seguem 10 dicas que podem auxiliar os professores a elaborarem um plano de aula  de acordo com os seus objetivos.
1. Por que isso é importante?
Quando você pretende ensinar alguma coisa essa é a primeira pergunta que você deve se fazer. Você deve estar pronto para responder a essa pergunta a qualquer momento, inclusive, durante a aula.
2. Qual o meu objetivo para os estudantes? O que eles devem ser capazes de fazer ao fim deste conteúdo?
Uma boa maneira de entender se um tema é ou não fundamental é planejá-lo criando objetivos para os seus estudantes, ou seja, o que você espera que eles sejam capazes de fazer ao fim daquela discussão. Compartilhe esses objetivos com os estudantes, isso é fundamental para que vocês estejam alinhados e para que eles conheçam as habilidades mais importantes.

3. Como o tema se encaixa no currículo geral?
Para criar uma aula significativa é fundamental que você conheça todas as maneiras de encaixar o conteúdo no currículo geral do estudante. Não se apegue apenas à sua matéria, vá além e identifique como o assunto tratado na sua sala de aula pode se relacionar com outras disciplinas, isso tende a incentivar os estudantes.
4. O que os estudantes já sabem sobre isso?
Procure entender como você pode ajudar os alunos a desenvolverem o conhecimento prévio sobre o assunto a ser tratado. Antes mesmo de começar a ensinar coisas novas, procure saber o que os seus alunos já sabem sobre aquilo e, a partir daí, comece a trabalhar para incrementar esse conhecimento.
5. Como eu posso despertar o interesse dos alunos?
O início de um capítulo ou unidade é o que vai garantir que os seus estudantes mantenham ou não o interesse naquilo que você está dizendo, portanto, você precisa chamar a atenção deles logo de cara. Uma boa maneira de fazer isso é procurar conexões entre o que está sendo estudado, a cultura geral e a vida do estudante. Outra opção é criar situações nas quais eles teriam de usar o que está sendo aprendido de forma prática.
6. Como eu posso apresentar esse material?
Pense em como aquele conteúdo pode ser melhor compreendido e não se mantenha preso a métodos tradicionais por medo de inovar. É fundamental que você pense nas maneiras como apresentará o conteúdo aos seus estudantes. Vá além do que o livro oferece, procure conteúdo agregado, como vídeos e apresentações, jogos e até mesmo seminários ou representações. Dessa maneira você poderá incentivar os estudantes em áreas além do que você está ensinando.
7. O que os estudantes farão durante as aulas?
Um bom plano de aulas deve prever diversas situações, inclusive o que os seus alunos farão durante as aulas. Os estudantes serão meros ouvintes ou participarão da aula de maneira ativa? Você proporá atividades práticas ou simplesmente apresentará o panorama do que está sendo tratado. Pensar no que acontecerá dentro de sala de aula é fundamental para criar atividades adequadas.
8. Como eu posso atender as necessidades de cada estudante?
Claro que toda a sala deve receber o mesmo conteúdo, mas você não pode deixar de lado as necessidades particulares de cada um dos seus estudantes. Essa problemática também deve aparecer no seu plano de aulas, ou seja, identifique quais são as principais dificuldades dos estudantes e pense em como resolvê-las. Uma boa dica é ficar atento ao tipo de aprendizado de cada um dos seus alunos.
9. Como eu posso ligar o conteúdo e a rotina dos estudantes?
Se você quer que sua aula seja significativa e relevante, faça com que o conteúdo abordado se aplique de maneira prática na vida dos estudantes. Descubra o que interessa a eles e trate de incluir suas descobertas no plano de aulas. Não se esqueça de que apenas você fazer essas conexões não é suficiente, ofereça a oportunidade de que seus estudantes também encontrem os pontos em comum.
10. Existe alguma tecnologia capaz de melhorar essa tarefa?
A vida dos estudantes basicamente gira em torno da tecnologia, com as redes sociais, pesquisas online e até mesmo grupos de estudo via Internet. Portanto, se você quer realmente chamar a atenção deles, o melhor é fazer isso no meio onde eles mais têm prática. Descubra ferramentas capazes de engajar os estudantes em experiências de aprendizado e dessa maneira eles estarão cada vez mais interessados em praticar o que você ensina.
Mãos a obra, vamos botar em prática nossos conhecimentos e organizar nosso planejamento semestral e nossos planos de aula.

E. E. “WANDA COSTA DAHER”    -     PLANEJAMENTO PRIMEIRO SEMESTRE 2014
PROFESSOR(A):_______________DISCIPLINA: ___________SÉRIES:_______________________

CONTEÚDO


ESTRATÉGIAS DE ENSINO(METODOLOGIA)

AVALIAÇÃO

OBSERVAÇÕES / PROJETOS



















































E. E. “WANDA COSTA DAHER”    -     PLANO DE AULA


PROFESSOR: _____________DISCIPLINA:__________SÉRIE: ______________

TEMA:_________________________________________________________________________

OBJETIVOS:____________________________________________________
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CRONOGRAMA DE TRABALHO: ___________________________________
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RECURSOS: ________________________________________________________________
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AVALIAÇÃO: _______________________________________________________________
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ________________________________________________________________
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 ATPC– 25/27 DE MARÇO

Sugestão de leitura:
Sinopse - O Lado Bom da Vida - O livro que inspirou o filme estrelado por Bradley Cooper e Jennifer Lawrence - Matthew Quick
Pat Peoples, um ex-professor na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele “lugar ruim”, Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um "tempo separados". Tentando recompor o quebra-cabeças de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com seu pai se recusando a falar com ele, a esposa negando-se a aceitar revê-lo e os amigos evitando comentar o que aconteceu antes da internação, Pat, agora viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida. Uma história comovente e encantadora, de um homem que não desiste da felicidade, do amor e de ter esperança.
Tema : Plano de Ação
O Plano de Ação é o planejamento de todas as ações necessárias para atingir um resultado desejado. É momento importante para pensar sobre a sua missão, identificando e relacionando as atividades prioritárias para o ano em exercício, tendo em vista os resultados esperados.
 Um bom Plano de Ação deve deixar claro tudo o que deverá ser feito, como e quando, para o cumprimento de seus objetivos e metas, quando a sua execução envolver mais de uma pessoa, deve esclarecer quem será o responsável por cada ação, para evitar possíveis dúvidas, deve ainda esclarecer, os porquês da realização de cada ação e onde serão feitas.
Para atingir um objetivo, uma meta, precisamos fazer alguma coisa, precisamos agir - realizar uma ou, geralmente, várias ações. Até “não fazer nada” pode ser uma ação necessária para atingir um objetivo. E, exceto nos casos de urgência máxima, precisamos definir uma data para concluir – um prazo.
Quanto maior a quantidade de ações e pessoas envolvidas, mais necessário e importante é ter um Plano de Ação. E, quanto melhor o Plano de Ação, maior a garantia de atingir a meta.
Em importantes projetos, missões, empreendimentos, um bom Plano de Ação é indispensável.
O Plano de Ação deve ser elaborado considerando as demandas e avaliações dos usuários e o cenário em que estão envolvidos.
Quanto maior o envolvimento dos responsáveis por sua execução, maior a garantia de se atingir os resultados esperados.
Um PLANO DE AÇÃO pode conter além de outros dados:
Objetivo - O QUE FAZER
“São propósitos específicos, alvos a serem alcançados ao longo de determinado período de tempo, que, em conjunto, resultarão no cumprimento da missão da organização”. Indica onde estarão concentrados os esforços.
Estratégias - COMO FAZER
“São os caminhos escolhidos que indicam como a organização pretende concretizar seus objetivos e, consequentemente sua missão”.
Constituem respostas às ameaças e às oportunidades identificadas, bem como, aos pontos fracos e pontos fortes encontrados.
Cronograma – QUANDO FAZER
Relaciona as atividades a serem executadas e o tempo previsto para sua realização.
O cronograma permite que se faça um esforço no sentido de:
a)    identificar o tempo necessário para a execução;
b)    estimar o tempo em face dos recursos disponíveis;
c)    analisar a possibilidade de superpor atividades, executando-as paralelamente;
d)    verificar a dependência entre as atividades.

Responsável - QUEM IRÁ FAZER
Indica o/os responsável/eis pela execução.
Recursos Necessários – COM QUE FAREMOS
Identifica os recursos necessários para a execução da ação.
Uma vez o Plano de Ação elaborado, é hora de acompanhar sua execução.

Plano de ação - APRESENTAÇÃO
Após uma avaliação diagnóstica, precisamos agir dentro de um plano de ação que nos leva a repensarmos as ações, criarmos ações complementares as já existentes em sala de aula, a fim de favorecer que todos os alunos aprendam, apesar das suas peculiaridades.
O plano de ação é resultado de análises de atividades, conversas regadas de reflexão sobre a nossa própria prática e acerca da realidade a qual os alunos estão inseridos, uma vida social, que não contribui para a valorização do mundo letrado e na formação de leitores e escritores, pois os pais na maioria das vezes vivem desacreditados na transformação que o domínio do mundo letrado por seus filhos poderão contribuir para melhoria de suas vidas. Então temos um desafio enorme pela frente – conscientizar os pais da importância deles na formação dos seus filhos e o quanto eles se espelham neles, como alerta a educadora Maria Cristina Campos (1985: p. 7):

"Quanto mais estável for a família, mais equilibrados serão os filhos, com personalidade bem desenvolvidas e seguras. E essa estabilidade emocional é grande parte, fruto da educação recebida no ambiente familiar."

    No entanto, as famílias dos nossos alunos, em grande parte não têm uma boa referência de educação, pois foram criadas convivendo com o trabalho pesado e a realidade cruel da vida rural, para quem não detém um bom poder aquisitivo, e com isso acabam educando os filhos da forma que foram educados.
Enfrentaremos outros problemas que contribuem para a estagnação da criança num determinado nível de aprendizagem como:

  • O professor precisa conhecer a fundo a realidade do aluno, para propor atividades e fazer intervenções que dialoguem com sua vivencia.
  • Incentivar os pais que nunca aparecem nas reuniões de pais e mestres a participarem destas, buscando compreender os motivos que os afastam da vida escolar dos filhos (ser analfabeto ou ter pouco contato com o mundo letrado, sentir-se incapazes de acompanhar a vida escolar dos filhos, falta de esclarecimentos do seu papel frente a educação dos filhos, etc.)
  • Queremos trabalhar também a auto-estima dos estudantes que estão em distorção idade-série, pois estes são vítimas de muitos estigmas e preconceitos, o que até na concepção dos professores predominam muitos mitos pedagógicos em relação ao aprendizado dos alunos, que favorece as que se apropriam de forma rápida do conhecimento e fortalece a visão de que alguns alunos não aprendem porque são menos inteligentes, contribuindo para exclusão, mesmo que de forma inconsciente.

OBJETIVO GERAL

Oportunizar alunos com defasagem na aprendizagem a avançarem na consolidação do sistema alfabético de escrita, produção de texto e o desenvolvimento de habilidades e comportamentos leitores e escritores e habilidades matemáticas.

COMO DEVEMOS AGIR ENTÃO
Acompanhar o desempenho dos alunos, ajustando as intervenções pedagógicas e as atividades propostas ás necessidades de aprendizagens observadas.
Atender a todos os alunos de forma igualitária, oportunizados aos que tem, mas dificuldade oportunidades de aprendizagem sem deixar os estudantes mais desenvolvidos sem intervenções que os ajudem seguir aprendendo.
Diagnosticar regularmente (no mínimo mensalmente) os alunos quanto ao conhecimento adquirido.
Elaborar atividades que favoreçam que os alunos em defasagem continuem progredindo.
Estabelecer uma relação de parceria entre professor do reforço e professor regente, na tentativa de trocarem informações sobre os alunos atendidos e estender esta parceria aos demais atores (direção, coordenação, funcionários da escola e pais).
Intensificar a cultura do registro, refletindo através dele a natureza e os propósitos de suas intervenções, as condições didáticas oferecidas, funcionalidades dos agrupamentos e possibilidades de melhora na ação pedagógica.
Organizar portfólios de forma que evidencie os progressos obtidos pelos alunos e que estes se constituam de fato como uma fonte de informação em favor do planejamento, execução e reflexão da prática em sala de aula.
Promover agrupamentos produtivos, pensando nos saberes já construídos pelos alunos, no que precisa seguir aprendendo e em suas possibilidades de ajuda.
Propor atividades adequadas ao nível conceitual e cognitivo de cada aluno.
Zelar pela freqüência, assiduidade e interesse pelas aulas, buscando inovar os métodos utilizados. 
Zelar pelo cumprimento dos objetivos e metas previsto neste documento, se comprometendo a avaliá-lo periodicamente, fazendo os ajustes necessários.




ATPC – 18 e 20 de março de 2014 

Objetivo:  Reconhecimento da dimensão afetivo-relacional junto ao processo educativo para impactar o auto conhecimento e da auto-estima do aluno no processo de desenvolvimento e mediador do trabalho pedagógico em sala de aula.

Texto de apoio: Disponibilidade para a aprendizagem e sentido da aprendizagem (Isabel Solé)

Desenvolvimento: -Análise do material bibliográfico que será lido e analisado;
                                -Explanação oral e discussão sobre o tema com a contribuição de todos;
                                -Em grupos efetuar a auto-reflexão através de breve questionário a ser respondido;
                                -Cada grupo irá compartilhar suas conclusões.
Momento cultura:

Livro Educação Inclusiva - GIL, Marta – O que o professor tem a ver com isso?

2. Resumo
Educação: alicerce fundamental da sociedade
Como você sabe, a escola é a primeira oportunidade que a criança tem para aprender a conviver com outras crianças fora do ambiente familiar. Além disso, a escola também precisa atingir quatro objetivos muito importantes: • Transmitir conhecimentos;
• Formar cidadãos conscientes de seus direitos e deveres;
• Preparar para o trabalho;
• Promover o desenvolvimento pessoal.
Infelizmente, milhares de crianças, adolescentes e jovens brasileiros com deficiência não têm acesso à escola e ficam à margem da sociedade. Muitos professores, por todo o Brasil, já estão convencidos de que a Educação Inclusiva é a melhor solução para os alunos com deficiência e para toda a sociedade.
A Escola Inclusiva respeita e valoriza todos os alunos, cada um com a sua característica individual e é à base da Sociedade para Todos, que acolhe todos os cidadãos e se modifica, para garantir que os direitos de todos sejam respeitados.
Educação Inclusiva: construindo uma sociedade para todos
A Educação Inclusiva não é uma moda passageira. Ela é o resultado de muitas discussões, estudos teóricos e práticas que tiveram a participação e o apoio de organizações de pessoas com deficiência e educadores, no Brasil e no mundo. Fruto também de um contexto histórico em que se resgata a Educação como lugar do exercício da cidadania e da garantia de direitos. Isto acontece quando se preconiza, por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Documentos Internacionais 1948 - Declaração Universal de Direitos Humanos (ONU) 1971 - Declaração dos Direitos das Pessoas Mentalmente Retardadas 1975 – Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes (ONU) 1980 – Carta para a Década de 80 (ONU)
1983-1992 — Década das Nações Unidas para as Pessoas com Deficiência 1990 – Conferência Mundial sobre Educação para Todos (ONU) 1993 – Normas sobre Equiparação de Oportunidades para Pessoas com Deficiência (ONU) 1994- Declaração de Salamanca - Princípios, Política e Prática em Educação Especial 1993 – Declaração de Manágua 1999 – Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Pessoa Portadora de Deficiência –Guatemala 1999 - Declaração de Washington 2002 - Declaração de Caracas 2002 - Declaração de Sapporo, Japão 2002 – Congresso Europeu de Pessoas com Deficiência 2003 - Ano Europeu das Pessoas com Deficiência 2004 - Ano Iberoamericano da Pessoa com Deficiência
A partir desses estudos e documentos, chegou-se à conclusão de que a melhor resposta para o aluno com deficiência e para todos os demais alunos é uma educação que respeite as características de cada estudante, que ofereça alternativas pedagógicas que atendam às necessidades educacionais de cada aluno: uma escola que ofereça tudo isso num ambiente inclusivo e acolhedor, onde todos possam conviver e aprender com as diferenças. Essa é a Educação Inclusiva.
Cada um de seus alunos tem características diferentes
A Educação Inclusiva vem para substituir a escola tradicional, na qual todos os alunos precisavam se adaptar ao mesmo método pedagógico e eram avaliados da mesma forma. Quem não se enquadrasse, estava fora dos padrões considerados aceitáveis e era encaminhado para a classe especial, para a escola especial ou, simplesmente, acabava desistindo de estudar.
Na Escola Inclusiva não existem classes especiais. Ou melhor, todas as classes e todos os alunos são muito especiais para seu professor.
Essa é base da Educação Inclusiva: considerar a deficiência de uma criança ou de um jovem como mais uma das muitas características diferentes que os alunos podem ter. E, sendo assim, respeitar essa diferença e encontrar formas adequadas para transmitir o conhecimento e avaliar o aproveitamento de cada aluno.
A Educação Inclusiva e a legislação brasileira
No Brasil Diversas Leis Orgânicas (uma espécie de constituição dos municípios) e
Constituições Estaduais, inspiradas na Constituição Federal de 1988, determinam que o aluno com deficiência tenha direito e deve receber, na classe comum da escola comum, todo o atendimento específico que necessitar.
Parcerias são fundamentais
Apesar das leis que garantem o direito dos alunos com deficiência à educação, sabemos que 40% de todas as crianças e todos os adolescentes que estão fora da escola são meninos e meninas com deficiência3. Em outras palavras, o Brasil só vai conseguir colocar todas as crianças na escola quando a educação for de fato inclusiva e a escola for realmente de qualidade para todos.
Somente com o apoio dos professores, o Brasil poderá, de fato, oferecer uma Educação de
Qualidade para Todos. Basta usar sua criatividade, seu bom senso, sua vontade de ensinar, sua experiência. E os professores especializados em alunos com deficiência e outros profissionais, como pedagogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais estão aí para ajudar você. A Secretaria de Educação da sua cidade pode ajudar você a encontrá-los.
Além disso, uma das características mais interessantes da Educação Inclusiva é que ela deve envolver também as famílias e a comunidade. Isso significa que a Escola Inclusiva poderá beneficiarse com parcerias com universidades, organizações não governamentais, escolas SENAI, APAEs, centros de reabilitação, entidades de pessoas com deficiência, associações de bairro, associações comerciais locais etc. Essa rede de parceiros, que inclui a participação da família, será fundamental para a escola conseguir os recursos humanos e materiais de que precisa para oferecer a melhor educação para todos os seus alunos.
O primeiro passo para a concretização da Educação Inclusiva
Matricular simplesmente uma criança com deficiência em uma classe comum, da escola comum, sem dúvida, é um passo importante na direção certa. Mas isso não é Educação Inclusiva.
Mesmo que algumas pessoas com deficiência tenham condições de frequentar a escola tal como ela é hoje, e possam ter o mesmo aproveitamento da maioria das crianças, ainda assim, isso não é praticar Educação Inclusiva.
Educação Inclusiva pressupõe que TODAS as crianças tenham a mesma oportunidade de acesso, de permanência e de aproveitamento na escola, independentemente de qualquer característica peculiar que apresentem ou não.
O objetivo da Educação Inclusiva é garantir que todos os alunos com ou sem deficiência participem ativamente de todas as atividades na escola e na comunidade.
Cada aluno é diferente no que se refere ao estilo e ao ritmo da aprendizagem. E essa diferença é respeitada numa classe inclusiva.
O fracasso escolar é um fracasso da escola, da comunidade e da família que não conseguem atender as necessidades dos alunos.
Quem ganha com a inclusão de crianças com deficiência?
Estudos e experiências realizados no Brasil e no mundo demonstram que a Educação Inclusiva é benéfica para todos os envolvidos.
Integração versus Inclusão
Até os anos setenta do século passado, a escola seguia o modelo da Integração, ou seja, aceitava somente os alunos que tivessem condições de acompanhar os métodos de ensino e o ritmo de aprendizagem da maioria dos alunos.
Considerava-se que a deficiência era um problema que estava na pessoa e, portanto, era a pessoa que precisava ser modificada (habilitada, reabilitada, educada) para tornar-se apta a satisfazer os padrões aceitos no meio social (família, escola, emprego, ambiente). Quem não estivesse pronto para ingressar imediatamente na escola, precisava ser “preparado”, por uma classe especial ou Escola Especial, até ser considerado aceitável.
A partir dos anos oitenta, esse modelo começou a ser questionado. Já nos anos noventa, estava consolidado o novo conceito proposto: o da Inclusão. Por esse modelo, a deficiência não é um problema da pessoa, mas, sim, o resultado da incapacidade da sociedade em atender às necessidades dessa mesma pessoa. Portanto, pelo modelo da inclusão, é a sociedade (escolas, empresas, programas, serviços, ambientes físicos etc.) que precisa se tornar capaz de acolher todas as pessoas.
Como a escola pode se preparar para receber um aluno com deficiência?
Para que o ambiente da escola seja acessível, é preciso que as pessoas com deficiência, inclusive aquelas que usam cadeira de rodas, possam usar o mobiliário (cadeiras, mesas, balcões, bebedouros, quadros de avisos, equipamentos etc), se movimentar por todo o edifício (entrada principal, salas de aula, sanitários, pátios, quadras, parques, bibliotecas, laboratórios, lanchonetes, etc) e pela vizinhança.
Basicamente, o acesso pode ser facilitado com: • portas e corredores mais largos (de 80 cm);
• construção de rampas com a inclinação adequada (segundo as Normas da ABNT), com corrimãos e mureta para impedir que a cadeira caia; • elevadores, quando for possível.
• sanitários que permitam entrar e fazer a volta com a cadeira de rodas; com vaso sanitário da altura da cadeira de rodas; com pias que permitam o encaixe da cadeira de rodas e manuseio confortável da torneira; com a porta sem mola que abre para fora e com indicação de feminino e masculino de cor contrastante, de fácil reconhecimento e com tamanho bem visível; • pisos antiderrapantes.
Estratégias de sala de aula Aqui vão algumas alternativas, que podem ser úteis.
Aprendizagem cooperativa O professor coloca os alunos em grupos de trabalho, juntando alunos com dificuldades em determinada área com alunos mais habilidosos nesse assunto.
Na aprendizagem cooperativa, os alunos trabalham juntos para atingir determinados objetivos. A descoberta de interesses mútuos permite a eles explorar assuntos junto com colegas que têm interesses comuns. As estratégias de aprendizagem cooperativa melhoram as atitudes diante das dificuldades de seus colegas com ou sem deficiência e, simultaneamente, eleva a autoestima de todos.
Ensino por colegas: método baseado na noção de que os alunos podem efetivamente ensinar os seus colegas. Neste método, o papel de aluno ou de professor pode ser atribuído a qualquer aluno, com deficiência ou não, e alternadamente, conforme as matérias em estudo ou as atividades a desenvolver.
Apoio entre amigos: é uma forma específica de aprendizagem através de colegas, na qual o envolvimento acontece principalmente com assuntos extraescolares.
O objetivo de uma rede de apoio entre colegas é enriquecer a vida escolar de todos os alunos.
É sem dúvida enorme a capacidade dos alunos para se ajudarem uns aos outros na escola, mas para que esta capacidade se exerça é necessário que os professores liderem o processo, encorajando-os.
Ensino Cooperativo
Trata-se de uma estratégia em que o professor da classe comum e o professor do ensino especial trabalham em conjunto, dentro da sala de aula comum, composta por alunos com e sem deficiência. Neste modelo existem, pelo menos, três formas diferentes de organização: • Atividades complementares - enquanto o professor do ensino regular assume, por exemplo, as atividades e os conteúdos da área acadêmica, o professor do ensino especial ensina alguns alunos a identificar as ideias principais de um texto, a fazer resumos - enfim, a dominar técnicas de estudo. O sucesso do ensino cooperativo depende de dois fatores fundamentais: • Necessidade de tempo nos horários dos professores para fazerem o planejamento em conjunto; • Compatibilidade entre os estilos de trabalho e personalidades dos dois professores.
Seus alunos conhecem o tema da diversidade?
região, encenar peças teatrais com seus alunos e assistir filmes que discutam o tema da diversidade
Você pode trabalhar em sala de aula com histórias infantis, usar músicas e brincadeiras da A incorporação deste tema ao currículo escolar pode contribuir para o aprendizado dos alunos e também para construção de sua cidadania. Ao discutir temas como o da acessibilidade física nas cidades (melhoria das calçadas, necessidade de rampas, respeito às vagas de estacionamento reservadas, etc) você contribui para uma maior consciência sobre o tema, ajuda a quebrar preconceitos e traz informações sobre a deficiência. A diversidade é um assunto muito amplo e abrange a deficiência, a pobreza, questões raciais e outras. Você pode trabalhar todos esses aspectos com os seus alunos. Você também pode trazer uma pessoa com deficiência para conversar com seus alunos.
Instituições de atuação nacional
As instituições e entidades apresentadas no livro têm abrangência nacional e\podem contribuir com o processo de inclusão nas escolas; algumas coordenam uma rede\de entidades associadas, em diversos Estados. Vale a pena visitar os seus respectivos sites, para conhecer seu trabalho.
Em Roraima, Boa Vista tem a CAPE - Centro de Apoio Pedagógico Especializado.
Rua Cecília Brasil, 225 – Centro, CEP 69301-380 Boa Vista, R. Tel. (95) 36243793 E-mail: capdrr@zipmail.com.br
3. Análise Critica
O livro de Marta Gil, uma aposta da USP para Educação inclusiva, nele, é retratado os aspectos importantes que o professor deve saber sobre tal assunto, nele se aborda a importância de se adotar a educação inclusiva como alternativa de aprendizado para as pessoas com necessidades especiais.
O aluno é apenas mais um com suas diferenças básicas assim como todos.
É muito interessante como esse livro discute tais assuntos, com relatos de alunos e professores sobre experiências vividas.
O livro aborda importantes leis fazendo uma relação da evolução das conquistas sobre o assunto.
Métodos de ensino e aprendizagem são citados, formando um livro de consultas para professores.
Nele positivamente é apresentada a relação da tecnologia e educação especial, o livro também indica vários sites tais para fazer downloads de programas para o ensino e também de textos sobre o assunto.
É citada instituições de atuação nacional, dentre elas uma em Boa Vista, Roraima.
GIL, MARTA. Educação Inclusiva – O que o Professor Tem a Ver com Isso?; São Paulo, 2005. Ed. TEC 4. Bibliografia ART


Disponibilidade para a aprendizagem e sentido da aprendizagem (Isabel Solé)

A aprendizagem é motivada por um interesse, uma necessidade de saber. Mas o que determina esse interesse, essa necessidade? Não é possível elaborar uma única resposta a essa questão. No entanto, um bom caminho a seguir é compreender que além dos aspectos cognitivos, a aprendizagem envolve aspectos afetivo-relacionais. Ao construir os significados pessoais sobre a realidade, constrói-se também o conceito que se tem de você mesmo (autoconceito) e a estima que se professa (auto-estima), características relacionadas ao equilíbrio pessoal. O autoconceito e a auto-estima influenciam a forma como o aluno constrói sua relação com os outros e com o conhecimento; reconhecer essa dimensão afetivo-relacional é imprescindível ao processo educativo.

Em relação à motivação para conhecer, é necessário  compreender a maneira como alunos encaram a tarefa de estudar, que pode ser dividida em dois enfoques: o enfoque profundo e o enfoque superficial. No enfoque profundo, o aluno se interessa por compreender o significado do que estuda e relaciona os conteúdos aos conhecimentos prévios e experiências. Já no enfoque superficial, a intenção do aluno limita-se a realizar atarefas de forma satisfatória, limitando-se ao que o professor considera como relevante, uma resposta desejável e não a real compreensão do conteúdo. Importante ressaltar que o enfoque com que o aluno aborda a tarefa pode variar; dessa forma, o enfoque profundo pode ser a abordagem de uma relação a uma tarefa e o enforque superficial em relação a outras pelo mesmo aluno. A inclinação dos alunos para um enfoque ou outro vai depender, dentre outros fatores, da situação de ensino da qual esse aluno participa. Entretanto, o enfoque profundo pode ser trabalhado com os alunos de maneira intencional. Para isso, é preciso conhecer as características da tarefa trabalhada, o que se pretende com 
determinado conteúdo e a sua necessidade. Tudo isso demanda tempo, esforço e envolvimento pessoal.

(**)Outro ponto importante a ser ressaltado é que o professor, ao entrar numa sala de aula, carrega consigo certa visão de mundo e imagem de si mesmo, que influenciam seu trabalho e sua relação com os alunos. Da mesma forma, os alunos constroem representações sobre seus professores. Reconhecer esses aspectos afetivos e relacionais é fundamental para motivação e interesse pela construção de conhecimento, tendo em vista que o auto conceito e a auto-estima, ligados às representações e expectativas sobre o processo educativo,  possuem um papel mediador na aprendizagem escolar.

As interações, no processo de construção de conhecimento, devem ser caracterizadas pelo respeito mútuo e o sentimento de confiança. É a partir dessas interações, das relações que se estabelecem no contexto escolar, que as pessoas se educam. Levar isto em consideração é compreender o papel essencial dos aspectos afetivo-relacionais no processo de construção pessoal do conhecimento sobre a realidade.
     

Auto reflexão e debate

   -Através do seu auto conceito e de sua auto-estima como você constrói seu ambiente de equilíbrio junto a seus alunos?




    -Quais as representações e expectativas que você tem de seus alunos?






    -Na sala de aula como você professor faz uso do enfoque profundo e do enfoque superficial sobre essas expectativas para mediar as aprendizagens junto a seus alunos?



PAUTA ATPC 11 E 13 DE MARÇO 2014

OBJETIVO: COMO E POR QUE SE TRABALHA COM PROJETOS (REFORMULAÇÃO DE PROJETOS ENTREGUES NO PLANEJAMENTO)

Momento cultura: dica de livros: "A terceira xícara de chá". Conta a história de um homem que combateu o terror com escolas e livros no Afeganistão e no Paquistão - Autores: Greg Mortenson e David Oliver Relin.

Questões para antecipação dos conhecimentos prévios:

1) Por que trabalha-se com projetos?
2) O que é um projeto?
3) O que é preciso para que um projeto seja bom?
4) Todo projeto têm que ser indisciplinar?
5) É melhor criar ou aplicar um pronto?
6) Quando podemos optar por se trabalhar com projeto?

Depois de levantadas cada questão em plenária ao grupo, as idéias surgem e são compartilhadas. 
Com os professores em grupos entrega-se o material bibliográfico para ser lido e analisado pelo grupo, um item de cada vez, para que as respostas dadas no início, possam possivelmente ser modificadas.
Após a discussão cada professor tem a tarefa de reformular seu projeto de acordo com o que foi estudado e discutido pelo grupo.


14 perguntas e respostas sobre projetos didáticos
Eles trazem a vida real para a sala de aula, envolvem mais as crianças nas atividades e, com alguns conteúdos, são a melhor forma de trabalhar. Porém, ainda geram muitas dúvidas
 1 O que é projeto didático?
Projeto didático é um tipo de organização e planejamento do tempo e dos conteúdos que envolve uma situação- problema. Seu objetivo é articular propósitos didáticos(o que os alunos devem aprender) e propósitos sociais(o trabalho tem um produto final, como um livro ou uma exposição, que vai ser apreciado por alguém). Além de dar um sentido mais amplo às práticas escolares, o projeto evita a fragmentação dos conteúdos e torna a garotada corresponsável pela própria aprendizagem.
Os projetos estão mais populares do que nunca. Redes de todo o país incentivam o trabalho com essa modalidade e algumas escolas preveem no currículo os que serão realizados durante o ano. Boa notícia. Afinal, em muitos casos, eles ajudam a ensinar mais e melhor. Porém falta informação sobre o tema. Só neste ano, NOVA ESCOLA recebeu 166 e-mails com dúvidas. Compiladas em 14 questões, elas são respondidas nesta reportagem para ajudar você a dominar essa ferramenta.
2 Quais as características de uma boa proposta?
Os projetos podem ser planejados e organizados de inúmeras formas, porém algumas ações são fundamentais:

1. Tema: delimitar e conhecer bem o assunto que será estudado e pesquisá-lo previamente. 

2. Objetivos: escolher uma meta de aprendizagem principal e outras secundárias que atendam às necessidades de aprendizagem 

3. Conteúdos: ter clareza do que as crianças conhecem e desconhecem sobre o tema e o conteúdo do trabalho. 

4. Tempo estimado: construir um cronograma com prazos para cada atividade, delimitando a duração total do trabalho. 

5. Material necessário: selecionar previamente os recursos e materiais que serão usados, como sites e livros de consulta. 

6. Apresentação da proposta: deixar claro para a sala os objetivos sociais do trabalho e quais os próximos passos. 

7. Planejamento das etapas: relacionar uma etapa à outra, em uma complexidade crescente.

8. Encaminhamentos: antecipar quais serão as perguntas que você fará para encaminhar a atividade. 

9. Agrupamentos: prever quais momentos serão em grupo, em duplas e individuais. 

10. Versões provisórias: revisar o que a garotada fez e pedir novas versões do trabalho. 

11. Produto final: escolher um produto final forte para dar visibilidade aos processos de aprendizagem e aos conteúdos aprendidos. 

12. Avaliação: prever os critérios de avaliação e registrar a participação de cada um ao longo do trabalho.

3 Todo projeto precisa ser interdisciplinar?
Não. Um projeto focado em apenas uma área tem grande valor, já que permite um mergulho mais profundo no conteúdo trabalhado. Embora, às vezes, pareça que objetivos de disciplinas diferentes estejam coordenados numa mesma proposta, muitas vezes só os relacionados a uma delas estão sendo desenvolvidos. Num cenário ainda pior - e também comum -, não são trabalhados de forma correta os conteúdos de nenhuma das áreas.
Um bom projeto é aquele que indica intenções claras de ensino e permite novas aprendizagens relacionadas a todas as disciplinas envolvidas. "Não é raro a turma apenas utilizar conhecimentos que já possui", explica Maria Alice Junqueira, professora de Pedagogia do Instituto de Educação Superior Vera Cruz, em São Paulo, e assessora de redes públicas e escolas particulares. Veja o exemplo de um projeto de Ciências que tem como objetivo ensinar procedimentos de pesquisa. Se os alunos tiverem de produzir um relatório e já forem experientes na escrita desse gênero, não é possível dizer que ele envolve a disciplina de Língua Portuguesa - afinal, eles só estão colocando em jogo o que sabem. Isso vai efetivamente ocorrer se a tarefa for produzir um artigo científico e esse tipo de texto for novo para todos. 

A ideia de que projetos didáticos precisam ser interdisciplinares pode estar relacionada a uma confusão entre essa estratégia, os projetos institucionais e os temas geradores. Os projetos institucionais são ações que envolvem toda a escola em torno de um mesmo objetivo - por exemplo, produzir um jornal ou uma campanha. Nesse caso, cada professor precisa pensar em atividades relacionadas a ele para desenvolver com sua turma. Não há necessariamente um produto final ou um propósito social para o trabalho. Já quando é definido um tema gerador, como meio ambiente, cabe ao professor escolher quais serão os conteúdos a enfocar e os objetivos a alcançar. O problema, nesse caso, é organizar as atividades em cima de um tema considerado envolvente pelos alunos, em vez de fazer um planejamento baseado nas reais necessidades de aprendizagem deles.

4 É melhor criar um projeto ou aplicar um já testado?
Para um profissional que tem pouca experiência com esse tipo de trabalho, é melhor utilizar um bom modelo, com todas as etapas definidas e os objetivos previamente pensados e aprovados. Não há demérito nisso. Nas melhores escolas, é comum replicar boas práticas. "Um projeto nunca vai ser uma receita fechada, que o professor simplesmente lê e desenvolve em classe com a turma. É preciso adaptar as atividades levando em consideração as características dos alunos e a realidade local", ressalta Clélia Cortez, coordenadora pedagógica do Colégio Vera Cruz, em São Paulo. Um trabalho sobre animais, por exemplo, fica muito mais interessante se focar as espécies encontradas na região. 

Mesmo quando há um exemplo a seguir, é preciso analisar se as questões colocadas pelo autor estão de acordo com o nível de conhecimento do grupo, se os materiais sugeridos são adequados e estão disponíveis e se as etapas são suficientes para a realização de todas as atividades. "Ao longo do trabalho, adaptações são necessárias para o cumprimento dos objetivos. "São esses cuidados que garantem os traços de autoria no desenvolvimento da proposta", completa Clélia. Já um professor acostumado a trabalhar dessa forma pode criar os próprios projetos e organizá-los num banco, a ser utilizado com variações de tema, conteúdo e série. Isso não significa, no entanto, que uma estratégia de sucesso deva ser repetida ano após ano. Mesmo que o currículo seja o mesmo, os alunos são diferentes e isso exige mudanças.

5 Quando optar por um projeto?
Alguns conteúdos curriculares permitem (e às vezes pedem) um trabalho aprofundado e que inclua as práticas sociais relacionadas a ele. Confira abaixo alguns blocos de conteúdo de cada disciplina mais adequados a essa modalidade.

Pré-escola
Conteúdos

Natureza e sociedade, linguagem oral e comunicação e exploração e linguagem plástica

Por que é adequado
- Aproxima as crianças de práticas sociais, como a busca por informações e a apresentação delas
- Traz um novo propósito para a leitura em aula: ler para estudar e para saber mais sobre um tema

Erros mais comuns 
- Planejar projetos curtos (de uma semana) porque envolvem os pequenos 
- Focar o acabamento do produto final, descaracterizando a produção das crianças.

Língua portuguesa
Conteúdos
Sistema alfabético de escrita, comunicação oral, comportamentos escritores e leitores

Por que é adequado
- Fornece um contexto favorável de leitura e escrita aos que não estão alfabetizados 
- Articula o conhecimento sobre o sistema de escrita aos conteúdos relacionados à linguagem 
- Favorece a união dos propósitos didáticos aos sociais, já que a turma sabe para quem, por que e o que escrever

Erros mais comuns 
- Desperdiçar a oportunidade de refletir sobre o sistema alfabético 
- Planejar as mesmas atividades para alunos alfabéticos e não alfabéticos 
- Trabalhar sempre com os mesmos propósitos de leitura, escrita e oralidade 
- Focar o trabalho no produto final

Matemática
Conteúdos

Leitura, escrita, comparação e ordenação de escrita numérica

Por que é adequado
- Traz os números nos contextos cotidianos, o que nos anos iniciais dá mais sentido às atividades, apesar de não ser imprescindível

Erros mais comuns
- Simular mercadinhos e não propor a reflexão sobre as operações utilizadas 
- Dar mais atenção ao produto final, deixando em segundo plano o conteúdo que se quer ensinar

Ciências
Conteúdos

Procedimentos e atitudes científicas

Por que é adequado
- Mostra à turma a importância de buscar soluções, interpretar dados, observar e registrar descobertas 
- Promove a divulgação dos conhecimentos produzidos pelos alunos para destinatários reais

Erros mais comuns
- Passar meses pesquisando um tema 
- Não propor a reflexão sobre a importância dos procedimentos realizados 
- Deixar de orientar a pesquisa

História
Conteúdos

Procedimentos de pesquisa e História oral e local

Por que é adequado
- Cria situações significativas de pesquisa, semelhantes às vividas por historiadores 
- Garante que os alunos leiam e escrevam sobre o tema para um destinatário real, o que é essencial para preservar as características sociais da linguagem nessa área

Erros mais comuns
- Aceitar a simples cópia de informações 
- Não ajudar na interpretação dos textos 
- Ignorar as relações entre o passado e o presente 
- Adaptar textos ou apenas usar aqueles considerados de fácil leitura

Geografia
Conteúdos

Geografia física e Geografia cultural

Por que é adequado
- Evita a fragmentação do saber geográfico 
- Permite articular os diferentes campos de estudo da área, como o relevo relacionado a estudos de caso na cidade e no campo

Erros mais comuns
- Pedir apenas textos descritivos 
- Não desenvolver a cartografia temática 
- Deixar de lado o trabalho investigativo 
- Não relacionar a paisagem à cultura

Educação Física
Conteúdos

Práticas da cultura corporal e conhecimentos sobre o corpo

Por que é adequado
- Possibilita o estudo das manifestações corporais, unindo as questões sociais, físicas, culturais e econômicas envolvidas nessas práticas 
- Ajuda a mudar a concepção das aulas, colocando as práticas corporais como parte de um processo maior de aprendizagem

Erros mais comuns
- Deixar de sistematizar os conhecimentos adquiridos durante o trabalho 
- Não pedir que os alunos produzam materiais escritos e de apoio à pesquisa 
- Supervalorizar as aulas práticas e dar menos atenção às questões teóricas

Língua estrangeira
Conteúdos
 
Comportamentos leitores e escritores

Por que é adequado 
- Coloca os alunos em situações sociais de uso do idioma, como a ida ao cinema 
- Possibilita à turma entrar em contato com outros falantes, além de textos, vídeos e jogos interativos

Erros mais comuns
- Planejar sem adequar os desafio à experiência anterior de cada estudante 
- Usar materiais não adequados às características da turma

Arte
Conteúdos
 
Produção e reflexão sobre Arte

Por que é adequado
- Cria situações significativas de pesquisa, semelhantes às vividas por historiadores 
- Garante que os alunos leiam e escrevam sobre o tema para um destinatário real, o que é essencial para preservar as características sociais da linguagem nessa área

Erros mais comuns
- Pedir que os alunos sempre façam releituras e não icentivar que criem 
- Organizar o produto final sem a participação dos estudantes 
- Não incluir o trabalho de todos no produto final

Consultoria: Beatriz Gouveia, Daniel Vieira Helene, Fabio D'Angelo, Luciana Hubner, Priscila Monteiro, Regina Scarpa, Rosa Iavelberg, Sandra Durazzo e Sueli Furlan, selecionadores do Prêmio Victor Civita - Educador nota 10
6 Como fazer o planejamento?
O primeiro passo é ter clareza sobre o que você quer ensinar, o que espera que os alunos aprendam e o que eles já sabem. Assim é possível garantir dois importantes critérios didáticos: a continuidade e a variedade de conteúdos ao longo dos anos.
Feito um recorte no conteúdo - levando em conta a faixa etária da turma e as necessidades de aprendizagem -, é preciso conhecê-lo a fundo e selecionar os materiais a ser usados, como textos, livros e sites. Só então são elaboradas as etapas. Sobre o que eu espero que a classe reflita? No que quero que avance? "Os projetos ajudam a dar voz às crianças por meio da problematização constante. Quando perguntamos da maneira correta, elas indicam o que entenderam e dão sinais do que deve ser ajustado na compreensão. Isso permite avaliar como o trabalho está caminhando e para onde seguir", explica Clélia Cortez.
Pensar no encadeamento das etapas também é fundamental. A ordem é lógica? Esse é o melhor caminho para que a garotada aprenda? A próxima tarefa é construir um cronograma e detalhar como desenvolver o trabalho em sala. Nesse ponto, é essencial ter definido o produto final - uma feira cultural ou um blog, por exemplo - e se haverá um momento de finalização e socialização do trabalho. Em caso afirmativo, qual o objetivo dessa culminância? Essas decisões interferem na gestão de tempo e na busca pelos recursos. Por fim, é necessário definir os critérios de avaliação. Tudo isso precisa estar escrito e serve como uma bússola para o trabalho.
7 Cada etapa deve ter um objetivo?
Sim. Apesar de o projeto necessitar de um propósito central (trabalhar comportamentos escritores, por exemplo), cada atividade deve ter o seu, sempre relacionado ao principal. Quando se sabe o que é preciso ensinar em cada momento, é mais fácil intervir e ajudar a turma a avançar. Esse conceito norteou a prática da professora Eudes da Silva Alves, da EMEB Doutor José Ferraz de Magalhães Castro, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, quando desenvolveu um projeto sobre contos de aventura com uma turma do 5º ano. 

Primeiro, ela ofereceu às crianças diversos livros para ampliar o repertório. Depois, propôs uma análise das características do gênero estudado, sistematizando os conhecimentos adquiridos. Na sequência, realizou uma produção coletiva para que a turma se familiarizasse com esse tipo de texto. Por fim, os alunos redigiram as próprias versões, que foram revisadas com o apoio de Eudes. 

Em alguns momentos, é possível pensar em objetivos secundários que não tenham necessariamente relação com o propósito de ensino maior. É comum isso ocorrer em atividades relacionadas ao produto final, como no caso de as crianças fazerem um desenho para a capa do livro da turma. Isso não está ligado à escrita, mas é uma ação comum na produção de publicações - dentro e fora da escola. Já que se quer preservar as práticas sociais, vale prever isso. O principal cuidado é não reservar muito tempo para esses momentos secundários. Eles devem ser pontuais e focados.
8 Como antecipar as dificuldades dos alunos?
Mais do que antecipar dúvidas, é preciso pensar em atividades específicas para estudantes com níveis diferentes de saber. Para contemplar todos eles, há três saídas: variar a complexidade das tarefas apresentadas, organizar os alunos em grupos e dar atenção àqueles que mais precisam. Para evitar problemas em relação a atividades como pesquisas, entrevistas e interpretação de dados, a solução é investigar as experiências que os estudantes tiveram anteriormente e, se necessário, reservar um tempo para o trabalho com esses procedimentos. Outra opção é retomar registros de atividades anteriores e verificar os pontos que vão necessitar de mais atenção durante o projeto.
9 Todas as atividades devem ser em grupo?
Não. Um bom projeto contempla atividades em que os alunos atuam sozinhos, em duplas e em grupos.Porém, como os projetos envolvem a turma toda e o produto final é uma obra coletiva, muitos pensam que tudo deve ser feito em equipe. É importante que as ações estejam articuladas entre si, como no projeto Galeria Virtual de Arte. A atividade começa coletivamente, com a ampliação do repertório da turma e a apresentação de uma ferramenta eletrônica que possibilita as visitas. Para conhecer o acervo e trocar impressões sobre ele, são formados trios. De novo juntos, todos escolhem quadros para compor uma galeria e, na sequência, cada aluno fica responsável pela legenda de um quadro, mostrando o que aprendeu.
Um bom critério para definir de que forma os estudantes vão realizar a tarefa é sua complexidade. A leitura de um texto, por exemplo, deve ser feita em grupo quando a garotada tem pouca experiência com o tema ou o gênero. A pesquisadora Delia Lerner, em um artigo publicado na revista argentina Letra y Vida, afirma que a discussão entre os alunos numa situação como essa é fundamental porque obriga cada um deles a justificar sua interpretação e, assim, tomar consciência das próprias contradições, além de conhecer a interpretação dos colegas. Depois dessa etapa, realizar sozinho uma atividade baseada nas informações do texto fica bem mais fácil.
10 Como apresentar a proposta à turma?
O primeiro passo é criar um clima de curiosidade.Para envolver a garotada, de nada adianta só dizer: "Vamos trabalhar nos próximos meses com um projeto". "O sucesso da estratégia está condicionado ao interesse despertado no estudante, valorizado como pesquisador e expositor do que apreendeu", explica Jorge dos Santos Martins, autor de livros sobre projetos de pesquisa. 

O ideal é começar a conversa problematizando o tema e o produto final. Nesse caso, o recomendado é envolver os alunos na discussão sobre como chegar ao resultado esperado. A professora Lisiane Hermann Oster, do Sesquinho - Escola de Educação Infantil do Sesc, em Ijuí, a 410 quilômetros de Porto Alegre, seguiu à risca essa recomendação. Ao desenvolver um projeto sobre o sistema de numeração com uma turma de 5 anos, ela se baseou nas seguintes questões: para que servem os números? Onde eles aparecem em nosso dia a dia? Os pequenos falaram do número do sapato, do peso e da altura. Só então ela propôs criarem um jogo de cartas do tipo Supertrunfo e perguntou como fazer isso. Com os passos do trabalho já previstos, Lisiane foi ajustando o que eles diziam e apresentou as etapas a ser seguidas.
11 Quando é preciso replanejar?
Sempre, já que nunca o que foi previsto se confirma totalmente na prática. Em geral, o planejamento é ajustado e repensado a cada etapa vencida, de acordo com os indícios que os alunos dão sobre o que estão efetivamente aprendendo durante o processo. É comum identificar pontos que precisam ser retomados antes de iniciar a etapa seguinte ou conteúdos que necessitam ser reforçados para garantir novas aprendizagens. "Todo professor deve se perguntar ao fim de cada atividade ou etapa se o andamento do trabalho está de acordo com o que quer ensinar", recomenda Paula Stella, coordenadora pedagógica da Comunidade Educativa Cedac, em São Paulo. Um alerta: ter de replanejar uma parte do projeto é muito diferente de desenvolver o trabalho de forma intuitiva. Quando não há um plano, as intervenções ficam menos efetivas e o professor tem de correr, ao término de cada aula, para preparar as atividades da próxima. Replanejar é retornar à etapa anterior, incluir uma nova ou repensar aspectos das que estavam previstas.
12 Vale interferir para aperfeiçoar o produto final?
Sim, mas desde que o objetivo seja fazer com que a própria turma aperfeiçoe o trabalho realizado. Não é tarefa do professor melhorar sozinho o acabamento de um cartaz ou o texto de um diário de campo escrito pelos alunos. Como já devem ter entrado em contato com diversos modelos do produto final escolhido, eles podem retomá-los, comparar ao que produziram e corrigir trechos que não ficaram a contento. "Quando está envolvida com o propósito social do projeto e sabe para que ele serve, a garotada se dispõe a refazê-lo inúmeras vezes", avalia Paula Stella. Prova disso é o projeto sobre a transição do trabalho escravo para o assalariado livre no Brasil, realizado por Juliano Custódio Sobrinho na EM João de Deus Rodrigues, em Petrópolis, a 68 quilômetros do Rio de Janeiro. Para a montagem de um seminário (o produto final escolhido), os alunos realizaram entrevistas com moradores da cidade. Além de pedir que retomassem algumas conversas, ao avaliar um esboço do painel de apoio e da apresentação, o professor apontou problemas e estimulou a construção de novas versões, no que foi prontamente atendido.
13 Como avaliar os estudantes?
No caso dos projetos, são três os eixos de aprendizagem que podem ser considerados na avaliação:
- o conteúdo;
- o aprofundamento no tema;
- a aproximação com a prática social relacionada ao produto final.
As respostas dadas pelos alunos ao longo do processo dão pistas sobre o que já foi compreendido e no que ainda é preciso avançar, assim como os momentos de sistematização dos conteúdos - quando a turma define com suas palavras os conceitos estudados. Para Delia Lerner, o processo permite diminuir a incerteza do professor e do aluno porque nele se passam a limpo os conteúdos ensinados e aprendidos. Outra boa estratégia é, no fim de cada atividade, fazer uma análise das produções, que funcionam como um retrato da aprendizagem até aquele ponto. O conjunto delas pode revelar os avanços e os problemas enfrentados por cada um. Da mesma maneira, o produto final, em suas sucessivas versões, também mostra o percurso pelo qual o aluno passou. 

Os projetos possibilitam ainda uma avaliação do trabalho do professor e indicam em que pontos sua condução precisa ser ajustada. Um meio de fazer isso é pensar nos objetivos de ensino e nas condições didáticas oferecidas. A análise das produções realizadas e das respostas dadas pelos estudantes no desenvolvimento do projeto também pode ser vista sob a ótica do ensino. Algumas questões que norteiam as análises: a forma de conduzir o trabalho foi adequada? Foram feitas intervenções sempre que necessário? As atividades responderam ao objetivo de cada etapa? Os materiais usados foram adequados? O tempo previsto foi suficiente? Esse tipo de reflexão tem uma importância formativa única para o professor e pode impactar positivamente a prática cotidiana.
14 Qual a importância da culminância?
São duas as funções principais das cerimônias de fechamento de um projeto didático: dar ao aluno visibilidade para o processo de aprendizagem pelo qual passou e apresentar o trabalho da turma para a comunidade e os pais, que são estimulados a perceber o avanço de seus filhos.
O evento só cumprirá esses dois papéis se estiver prevista a exposição dos objetivos de cada atividade realizada, dos registros das várias versões do produto final e das fotos que ilustram o processo. Fazer uma festa bonita não deve ser a maior preocupação da escola- como é bastante comum -, mas o mínimo de organização precisa ser garantido.
Sem despender muito tempo nessa tarefa, professores e gestores precisam tomar uma série de providências, como conseguir microfones para as apresentações orais, organizar as cadeiras para os convidados e distribuir pelo espaço reservado para o evento suportes para expor os trabalhos. "Não é correto transformar a culminância na grande estrela de um projeto. O mais atrativo é o caminho pelo qual todos passaram e as realizações das crianças", explica Maria Alice Junqueira. Alerta: a participação dos alunos na culminância deve ter caráter pedagógico, incluindo a definição de critérios para a exposição do material, e não na produção de enfeites, o que não se relacionam a nenhum objetivo.


Quer saber mais?
CONTATOS 
Clélia Cortez 
Maria Alice Junqueira

BIBLIOGRAFIA
Ensinar: Tarefa para Profissionais
, Beatriz Cardoso (org.), 406 págs., Ed. Record, tel. (21) 2585-2000, 47,90 reais 
Ler e Escrever na Escola: O Real, o Possível e o Necessário, Delia Lerner, 128 págs., Ed. Artmed,
tel. 0800-703-3444, 36 reais 
Livros de Alfabetização e de Português:Os Professores e suas Escolhas, Antônio Augusto Gomes Batista e Maria da Graça Ferreira da Costa Val (orgs.), 240 págs., Ed. Autêntica, tel. 0800-2831-322, 41 reais 
O Ensino da Linguagem Escrita, Myriam Nemirovsky, 160 págs., Ed. Artmed, 26 reais 
O Poder dos Projetos - Novas Estratégias e Soluções para a Educação Infantil, Judy Helm e outros,
175 págs., Ed. Artmed, 39,90 reais 
Piaget-Vygotsky - Novas Contribuições parao Debate, Delia Lerner e outros, 176 págs.,Ed. Ática,
tel. 0800-11-5152, 44,90 reais 
Propostas Didáticas para Aprender a Escrever, Anna Camps (org.), 220 págs., Ed. Artmed, 41,60 reais 
Trabalho com Projetos de Pesquisa: Do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, Jorge Santos Martins,
144 págs., Ed. Papirus, tel. (19) 3272-4500, 34,90 reais





Educação simplifica processo de atribuição de aulas para professores da rede estadual
Em 2014, o procedimento acontecerá entre os dias 20 e 24 de janeiro
SAIBA MAIS
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo simplificou o processo de atribuição de aulas para os 181,5 mil professores efetivos e estáveis da rede estadual de ensino. Agora, a composição de carga horária de trabalho dos docentes será definida em um único dia. Antes o profissional precisava de três datas para atribuir, ampliar e suplementar a jornada de trabalho.

- Acesse a
 resolução no Diário Oficial 
O procedimento acontece entre os dias 20 e 24 de janeiro e os profissionais devem procurar a escola ou a diretoria regional de ensino em que vão atuar. As datas para atribuição variam de acordo com o regime de contratação do educador e mais informações podem ser consultadas no Diário Oficial do Estado do dia 29 de novembro, no caderno "Executivo I", da página 42 a 44. O calendário das atribuições de aula ainda será publicado.

Com a mudança, professor efetivo e estável vai definir toda a carga horária em um dia e na mesma escola de atuação. A ação faz parte das políticas em andamento da Secretaria da Educação do Estado para ampliar a atuação efetiva na rede, complementada ainda pelo maior concurso da história realizado em novembro com 59 mil vagas.
"O objetivo da simplificação é fortalecer o processo pedagógico e permitir que o professor tenha atribuídas o máximo possível de aulas em uma mesma unidade de ensino. É um mecanismo que aprimora a relação do profissional com o aluno e repercute diretamente no desempenho e na qualidade da educação", afirma o secretário da Educação, professor Herman Voorwald.
Outra novidade do processo de atribuição de 2014 é que este ano pela primeira vez os 36 mil professores efetivos que fizeram o processo seletivo também vão poder acumular como temporários. Com o acúmulo, a carga horária dos docentes poderá ser ampliada em até 65 horas semanais. Além de representar um ganho salarial de cerca de R$ 1.400 ao mês em caso de professores com jornada de 40 horas, a medida permitirá ainda que o professor efetivo substitua outro professor, afastado por licença médica por exemplo, em horário distinto de sua jornada e na mesma escola em que atua.
Esta atribuição acontece no último dia do processo, data em que os docentes não-efetivos também participam do processo. Para esses profissionais a escolha acontece nas diretorias de ensino.

Portaria CGRH 05, de 04/12/2013 


Estabelece cronograma para a divulgação da classificação dos inscritos no processo inicial de 

atribuição de classes e aulas de 2014. 


A Coordenadora da Coordenadoria de Gestão de Recursos Humanos, considerando a 

necessidade de estabelecer datas e prazos para a divulgação da classificação dos inscritos, no 

referido processo, expede a presente Portaria. 

 

Artigo 1º - A divulgação da classificação dos inscritos estará disponível, exclusivamente no 

endereço http://drhunet.edunet.sp.gov.br/Portalnet, na seguinte conformidade: 

I - Titulares de Cargo: 

a) 06/12/2013 - divulgação da classificação na WEB, após13h; 

b) 06 a 11/12/2013 - prazo para interposição de recursos no endereço eletrônico 

http://drhunet.edunet.sp.gov.br/Portalnet, até às 23 horas do dia 11/12/2013; 

c) 06 a 13/12/2013 - deferimento/indeferimento dos recursos no endereço acima pela DE; 

d) 18/12/2013 - divulgação da Classificação Final pós-recursos; 

e) 18/12/2013 - divulgação da Classificação - Artigo 22. 

 

II - Docentes das Categorias “P”, “N”, “F”, “O”e Candidatos à contratação: 

a) 12/12/2013 - divulgação da classificação na WEB, após 13h; 

b) 12 a 16/12/2013 - prazo para interposição de recursos, no endereço 

http://drhunet.edunet.sp.gov.br/Portalnet, até às 23 horas do dia 16/12/2013; 

c) de 12 a 18/12/2013 - deferimento/indeferimento dos recursos no endereço acima pela DE; 

d) 20/12/2013 - divulgação da classificação pós-recursos. 

 

Artigo. 2º - Os docentes Titulares de Cargo, Docentes das Categorias “P”, “N”, “F”, “O” e 

Candidatos à contratação poderão interpor recurso referente à pontuação, habilitação e 

qualificação. 

 

Parágrafo único: No período destinado ao recurso, os candidatos à contratação deverão 

apresentar documentação comprobatória na Diretoria de Ensino de inscrição, o docente 

Efetivo, docentes Estáveis (nos termos da Constituição Federal/88 e nos Termos da 

Consolidação das Leis do Trabalho - CLT) e o abrangido pelas disposições do § 2º do Art. 2º da 

LC 1.010/2007, na unidade escolar de classificação. 

 

Artigo. 3º - O aluno de último ano inscrito no Processo de Atribuição de Classes/Aulas para o 

ano letivo de 2014 poderá no período de 02 a 08-01-2014 entregar, na Diretoria de Ensino de 

inscrição, documentos comprobatórios de conclusão do Curso-Diploma e/ou Certificado de 

conclusão, exceto o aluno de último ano do Curso de Educação Física que somente poderá 

comprovar a conclusão do Curso mediante Diploma e credenciamento no Conselho Regional 

de Educação Física - CREF. 

 

Artigo. 4º - A Diretoria de Ensino deverá registrar a atualização dos docentes mencionados no 

artigo 3.º, no sistema PAEF/JAT, no período de 02 a 09/01/2014, para fins de classificação. 

 

Artigo. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.



Aprenda a usar as marcações de revisão do Word 



Vídeo retirado da Nova Escola

Educação Moral: Os professores sabem trabalhar? Yves de La Taille

Publicado em 19/11/2013
Os professores recebem formação adequada para lidar com educação moral e conflitos no cotidiano da escola? Neste vídeo, o professor da Universidade de São Paulo (USP) Yves de La Taille e a professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Telma Vinha conversam sobre a importância do estudo e da reflexão sobre o tema para manter o bom clima escolar. A conversa fez parte do Grandes Diálogos, promovido por NOVA ESCOLA, que discutiu indisciplina e educação moral. Assista no site aos outros vídeos da série!
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VAMOS FALAR DOS REGISTROS DO TRABALHO DO ALUNO, CHAMADOS DE PORTIFÓLIOS

O QUE É? PARA QUE SERVE? COMO ORGANIZÁ-LOS?


APRESENTAÇÃO DO PORTFOLIO (termo estrangeiro)


Segundo Villas Boas "o portfólio é um procedimento de avaliação que permite aos alunos participar da formulação dos objetivos de sua aprendizagem e avaliar seu progresso. Eles são, portanto, participantes ativos da avaliação, selecionando as melhores amostras de seu trabalho para incluí-las no portfólio" (Currículo e avaliação - Indagações sobre Currículo)

“Portfolios são documentos personalizados do percurso de aprendizagem, são ricos e contextualizados. Contêm documentação organizada com propósito específico que claramente demonstra conhecimentos, capacidades, disposições e desempenhos específicos alcançados durante um período de tempo. Os Portfolios representam ligações estabelecidas entre acções e crenças, pensamento e acção, provas e critérios. São um meio de reflexão que possibilita a construção de sentido, torna o processo de aprendizagem transparente e a aprendizagem visível, cristaliza perspectivas e antecipa direcções futuras.” (Jones &Shelton, 2006: 18-19)

A utilização de portfólios no ensino público estabelece uma estratégia que tem buscado satisfazer às necessidades de aprofundar o conhecimento sobre a analogia ensino-aprendizagem, de modo a assegurar-lhe, a cada vez, melhor concepção e mais elevados referentes da qualidade da educação

Com o objetivo de aumentar a qualidade da formação de educadores e alunos, são ampliadas atividades de formação, de investigação, de avaliação do próprio processo de ensino/aprendizagem.  Essas ações propiciam uma melhor compreensão dos resultados positivos decorrentes da utilização destes instrumentos de autoavaliação: Os portfólios. Que, quando realizados de maneira organizada e crítica, estimulam tanto o aumento do nível reflexivo, quanto ao nível da conscientização dos envolvidos. 

O portfólio proporciona diversos aspectos e extensões da aprendizagem, enquanto constituição de conhecimentos, onde condiciona desenvolvimento pessoal e profissional dos professores e alunos. Portanto, com o aprofundamento e a análise dos aspectos educacionais, esta tática não contribui apenas para uma estruturação interpessoal do conhecimento, mas também facilita, em longo prazo, a abrangência de uma metodologia significativa de ensino-aprendizagem.

Por meio do uso do portfólio, tornam-se palpáveis, quer a essência, quer a seriedade das afinidades interpessoais desenvolvidas nos procedimentos de ensino-aprendizagem.

Portfólios são trabalhos elucidativos dos alunos. Simulam o seu pensamento, sentimento, a seu modo de agir; as suas aptidões e capacidades e a maneira como colocou em exercício o seu processo de ensino/aprendizagem. Essa ferramenta a serviço da educação tem como finalidade propagar uma visão global do conhecimento formal do educando e seu desempenho na aprendizagem das díspares áreas curriculares, assim como o seu desenvolvimento no âmbito comportamental e seu progresso na área pessoal e educacional.

Os portfólios permitem uma avaliação de cooperação e participação , havendo interação do professor e aluno. Ambos escolhem os trabalhos mais expressivos do educando, através da criticidade e reflexão, estabelecendo padrões em busca da qualidade e assertividade. Há também um processo interdisciplinar com professores de outras áreas, que opinam em relação ao trabalho do aluno, fornecendo opiniões e depoimentos relativos à melhoria e qualidade do ensino/aprendizagem. (FONTE : INTERNET)

Desenhos; fotos, artes, exposição de documentos; avaliação acadêmica de desempenho; registro de entrevistas; comentários e documentários de eventos musicais, de dança, de canto; lista de livros lidos; registro de leituras; correspondências; atuações gravadas em vídeo e áudio, etc., são exemplos de como se montar um Portfólio, produzidos em períodos de aprendizagem, e para isso pode-se utilizar a fotografia como documento desse momento.

Não como solidificação, mas como forma de anexar explanação e verossimilhança, através de um cronograma histórico dos acontecimentos, avaliados continuamente, de maneira sistemática e prescrevida a atuação do aluno dentro do seu desenvolvimento acadêmico.



Colaboração da Profª Rafaelly - Língua Portuguesa



Qual é a finalidade dos portfólios?
Portfólio é um conjunto organizado de trabalhos produzidos pelo aluno ao longo de determinado período (o ano letivo, por exemplo). Quando bem montada, essa coletânea se transforma em um excelente instrumento de avaliação.
Ela deve reunir as atividades que o estudante considera relevantes, escolhidas depois de uma análise feita com a sua ajuda. O critério da escolha, vale lembrar, não pode ser apenas o da excelência. O que importa é selecionar trabalhos que demonstrem a trajetória da aprendizagem.
O ideal é que o portfólio tenha a seguinte estrutura: introdução (apresentação do conteúdo), uma breve descrição de cada trabalho, as datas em que eles foram feitos, uma seção de revisão com reflexões da criança, uma autoavaliação e uma parte reservada aos seus comentários.


Importância do registro feito pelo professor para repensar a prática


A escrita é uma excelente forma de reflexão, seja para produzir o diário do professor ou o portfólio dos alunos. A formadora de professores Heloisa Magri Lazzari reforça em seu artigo a necessidade do registro profissional para aperfeiçoar o trabalho.

1. A escrita profissional

O registro do professor tem múltiplas formas e funções. Por ser um instrumento que pode guardar a memória de seu percurso profissional, possibilita voltar uma e outra vez às próprias práticas de uma forma mais distanciada, sem a presença das demandas e urgências do dia a dia da sala de aula. 

Começo falando do registro que o professor faz da sua prática. Essa escrita pode assumir o aspecto de um diário de classe, de um caderno de reflexões etc. Não importa a forma: registrar suas práticas permite que o educador identifique como seu repertório de ações foi se ampliando diante de diferentes questões. Tornar o próprio percurso um objeto de reflexão faz parte da formação do professor.
A revisita às práticas permite que o professor possa identificar como costumava intervir em determinados momentos e como age agora para lidar com atividades de uma determinada área de conhecimento, gerir sua rotina ou até mesmo mediar conflitos.
Contudo, para que o registro possa cumprir essa função, é fundamental que ele seja produzido de forma sistemática. Caso contrário, perde-se a oportunidade de guardar dados importantes sobre o desenvolvimento de determinadas ações ao longo de um período. Outro aspecto crucial é o conteúdo a ser registrado, ou seja, as informações não podem ser descritas de forma breve ou descontextualizada, pois precisam ser compreendidas quando forem utilizadas, no curto ou no longo prazo. Quando o professor explicita suas ações e intenções, evidenciando os "porquês" e "para quês", pode encontrar outros significados, mesmo que elas tenham sido registradas há muito tempo. 

Ao produzir o registro, o professor organiza seu fazer e documenta sua história. Madalena Freire afirma que "a escrita materializa, dá concretude ao pensamento, dando condições assim de voltar ao passado, enquanto se está construindo a marca do presente. É nesse sentido que o registro escrito amplia a memória e historia o processo, em seus momentos e movimentos (...)."


2. Registrar o trabalho ajuda a refletir sobre a própria atuação

Pensar sobre a própria prática é um bom caminho para identificar o seu fazer pedagógico (que é único e singular); reconhecer características específicas da faixa etária com a qual trabalha; averiguar quais situações propostas foram mais potentes para a aprendizagem das crianças e o que havia de comum entre elas etc. Pouco a pouco, o professor constrói aquela que é sua teoria, sua maneira de explicar as formas de ensino e aprendizagem, para depois dialogar com outras teorias e explicações. 

À medida que o professor analisa sua prática, faz registros e relê seus escritos, pode tornar-se cada vez mais reflexivo. Lino de Macedo escreve que "(..) refletir é ajoelhar-se diante de uma prática, escolher coisas que julgamos significativas e reorganizá-las em outro plano para, quem sabe, assim podermos confirmar, corrigir, compensar, substituir, melhorar, antecipar, enriquecer, atribuir sentido ao que foi realizado."

O ideal é que o registro tenha um interlocutor, ou seja, possa ser lido pelo gestor, outro professor ou equipe docente da escola. Mas cabe reforçar que o ato de escrever já favorece a apropriação de um processo complexo como a formação de um educador. Um profissional - seja ele iniciante ou muito experiente -, quando coloca seu pensamento no papel consegue organizar as informações, dar sequência a elas e selecioná-las de forma distanciada da prática.
 

Enquanto desenvolve o trabalho com as crianças, os professores atendem demandas simultâneas: envolvem o grupo para que todos participem, ouvem atentamente as falas de cada um, medeiam as construções de saberes com intervenções individuais ou coletivas, ajudam a resolver conflitos etc. Esta é a dinâmica de sala de aula - intensa e diária - em que o professor organiza a própria atuação e a do grupo. Quando o professor aproveita o momento sem essas interferências para eleger o que quer deixar por escrito, cria um ambiente favorável para uma reflexão mais profunda sobre o tema e sua prática.

O registro, além de ser um diálogo estabelecido consigo mesmo e com outros interlocutores, é também ponto de partida para o planejamento das próximas atividades. Ele permite ao professor fazer ajustes, tomar novos caminhos ou dar continuidade ao que foi proposto para que as crianças possam avançar na construção de conhecimentos


3. Na Educação Infantil, o portfólio é instrumento para avaliação

Falei até agora do registro como forma de uma autoanálise sobre o trabalho. O papel da escrita profissional vai muito além disso. 
Na Educação Infantil, por exemplo, o registro feito pelo professor sobre os processos de aprendizagem do grupo como um todo e de cada criança em particular é a fonte de informações que norteará a avaliação. É o educador quem comunica aos pais e às próprias crianças os avanços e conquistas. E o portfólio é um dos instrumentos utilizados para produzir esse balanço das aprendizagens.

O documento com o percurso trilhado pelas crianças dá ao educador informações preciosas sobre ensino e aprendizagem, além do acompanhamento simultâneo das progressões e dos desafios enfrentados por eles. Por isso, para fazer o registro das aprendizagens, é preciso que o educador tenha claro o que quer revelar, por quê, para quê e de que forma irá organizar as informações para que o leitor compreenda as etapas e as singularidades deste processo.


4. As crianças também produzem seus registros

 As crianças devem participar desde o início do processo de elaboração e de construção do portfólio para que o registro faça sentido para elas. É importante compartilhar com o grupo a proposta, apresentando o suporte que será utilizado - pasta, caixa com fichas ou um formato criado pela escola etc. - e explicando que ali serão registradas as aprendizagens de cada um ao longo de um determinado tempo. 

As crianças, ao se familiarizar com este instrumento, poderão participar de forma cada vez mais ativa. Elas podem dar sugestões sobre os materiais a serem incluídos, selecionar produções significativas para elas ou colaborar na montagem do registro.

Partimos do princípio de que a avaliação na Educação Infantil é um processo que envolve a observação sistemática das crianças durante as mais variadas atividades da rotina escolar, em circunstâncias que sejam representativas de seu comportamento ao longo do tempo. Portanto, o registro dessas observações feitas pelo professor deve seguir o mesmo esquema: ser regular, processual e contemplar diferentes propostas e situações.

É importante que a escrita do professor se baseie em atividades reais e não em situações artificiais criadas com o intuito de serem objetos de avaliação. Desta forma, será possível comunicar o processo de aprendizagem baseado em atividades realmente significativas.


5. Garanta que os registros contenham o percurso de cada criança 

Para garantir que o portfólio expresse o percurso de cada criança de maneira eficaz, inclua o registro de rodas de conversa, falas da criança durante os mais diversos momentos, fotos que comuniquem ações (acompanhadas de legendas ou de textos breves que as contextualizem), produções significativas etc. Esse conteúdo também favorece a comunicação com a família. É preciso reconhecer a diversidade individual da aprendizagem, bem como as diferenças de estilos e de ritmos de aprendizagem.

Além disso, o portfólio pode contribuir  muito para o trabalho do professor que assumirá o grupo no próximo ano letivo. Isso o ajudará a dar continuidade ao processo de aprendizagem das crianças, uma vez que ali estarão registrados momentos importantes do desenvolvimento de cada uma.
 

Outra possibilidade interessante é que o mesmo portfólio seja alimentado todos os anos de modo a acompanhar a criança durante toda sua permanência na escola. Esta é uma rica oportunidade para que ela construa sua história da mesma forma que o professor constrói sua trajetória ao produzir um registro permanente de suas ações. 



 Documentos em ordem

Ensine os professores a organizar os registros para depois usá-los em projetos de formação da equipe



Os meses passam, as atividades feitas pelos alunos se acumulam e nem todo professor consegue organizar sozinho o material que a turma (ou ele mesmo) produz. Como esses registros são fundamentais para fazer a formação em serviço durante o ano, é função da coordenação pedagógica orientar a produção de portfólios, registros, pautas de observação, diários de aula e notas (e ajudar na montagem de tudo isso). 

"Os arquivos com as escritas do professor ficam mais ricos quando resgatam os processos vividos em sala de aula", avalia Fernanda Coelho Liberali, pesquisadora em Linguística da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e formadora de professores e coordenadores pedagógicos. Para que se tornem, efetivamente, recursos que ajudem a repensar a prática, os registros devem evitar descrições superficiais e burocráticas e portfólios apenas com as produções mais bonitas. 



A ação da coordenação pedagógica é explicar como fazer uma reflexão crítica da atuação docente, descrevendo, analisando e questionando. Com os registros em mãos, é possível orientar o professor e montar pautas de formação centradas nas necessidades do professor para garantir mais aprendizagem para a turma. "Pastas, arquivos e portfólios podem ganhar vida quando trabalhados de forma crítica", afirma Clézio dos Santos, professor de Geografia do Centro Universitário Fundação Santo André (FSA) e formador de professores em Santo André, na Grande São Paulo. 



A seguir, você encontra informações sobre cada uma das ferramentas e a melhor maneira de usá- las na formação dos professores. 

Portfólios para avaliação 


Os professores podem fazer portfólio por aluno e por turma, contendo as atividades cotidianas ou de um projeto específico. As pastas podem ser arrumadas por área de conhecimento, conteúdos ou períodos. Esse instrumento de avaliação é comum na Educação Infantil, mas raramente é feito no Ensino Fundamental, apesar de ser o que melhor demonstra a trajetória de aprendizagem do estudante. 



As pastas da turma toda, com as produções mais significativas, proporcionam uma visão ampla do que foi realizado em sala e devem ser guardadas pela escola para que os professores conheçam exatamente o que foi trabalhado no ano anterior pelo colega. "Só dessa maneira é possível dar continuidade ao processo de ensino e aprendizagem", explica Débora Rana, coordenadora da Escola Projeto Vida e formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.

Os portfólios individuais precisam conter as atividades que mostrem os avanços de cada aluno (para antever o que precisa ser trabalhado na sequência). O segredo é recolher material durante todo o ano e não só num período específico. Como é muito difícil armazenar tudo, um bom critério é ficar com as produções que mostrem a evolução na aprendizagem e o avanço dos estudantes. Elisete Gomes da Silva Luttzolff, coordenadora pedagógica da EE Victor Civita, em Guarulhos, na Grande São Paulo, orienta os docentes a começar guardando a avaliação diagnóstica inicial: "Ela serve para afinar o planejamento de acordo com as necessidades da criança". 



Benigna Maria de Freitas Villas Boas, professora da Universidade de Brasília (UnB), recomenda que os professores incentivem os estudantes a conquistar autonomia a partir do 6º ano, deixando-os escolher as atividades que comporão a pasta, mas orientando-os a reconhecer o que é mais relevante. 



Outro documento que pode constar do portfólio (ou ser usado separadamente) são os relatórios. Neles o professor comunica de maneira clara para a coordenação, os pais e os colegas o que o aluno aprendeu. Isabel Aparecida Pereira Amâncio coordena o núcleo de Educação Infantil da Escola Albert Sabin, em São Paulo. Lá, os portfólios são usados há três anos, mas só recentemente passaram a fazer parte da formação docente. Isabel discute com a equipe o andamento das turmas com base na produção das crianças e nas observações de sala. Avanços, dúvidas e problemas são registrados em pequenos papéis para orientar a pauta das reuniões pedagógicas. "Com base nas questões mais importantes, vou atrás de textos e materiais que nos ajudem a pensar em possíveis soluções e sirvam para trazer mais conhecimento ao grupo." 


Para não esquecer nada 


Há três tipos de registro: notas, pautas de observação e diários de classe. As notas são anotações curtas feitas pelo professor durante a aula - perguntas e dúvidas levantadas pela garotada, conteúdos a pesquisar etc. São ótimas para lembrar o que colocar nos próximos planejamentos, nos relatórios e na avaliação.

Já as pautas de observação são tabelas com o nome dos alunos e uma lista de conteúdos, competências e habilidades a avaliar. Cabe ao coordenador ajudar o professor a preparar uma dessas para cada turma e a preenchê-la em periodicidade predefinida. Não basta um "x" em cada tópico. O ideal é acrescentar justificativas, observações e conclusões. 



Os diários de aula são narrativas do que aconteceu em classe. O modelo deve seguir o dos diários pessoais, com reflexões sobre o planejamento e as necessidades dos alunos. Esse tipo de registro também é responsabilidade dos professores, mas não é fácil fazer. O maior problema é se acostumar a realizar descrições detalhadas, sem julgamentos de valor. Fernanda sugere que os coordenadores conversem com a equipe para que esses diários sejam feitos como se conta uma história: "Em vez de anotar apenas que os alunos ficaram envolvidos numa atividade, estimule-os a anotar os detalhes: se fizeram silêncio, formularam perguntas (e quais) e cumpriram todas as etapas da proposta, por exemplo".




TIPO
O QUE É
PARA QUE SERVE
COMO USAR
Portfólios
Pasta com amostras do trabalho das crianças, como atividades, relatórios, desenhos, fotos, vídeos e registros sonoros.
Avaliar continuamente a trajetória de cada aluno e de uma turma, dentro de um projeto específico ou ao longo do ano.
Analisar os problemas de ensino que aparecem nas produções da turma e procurar maneiras de resolvê-los.
Registro de classe
Notas, pautas de observação e diários de classe.
Registrar e acompanhar diariamente as atividades de ensino e a evolução dos alunos.
Refletir sobre a prática pedagógica com base nas dúvidas dos professores para ajustar práticas e encaminhamentos.
Planejamento
Sequências didáticas, planos de aula, projetos didáticos e atividades permanentes.
Organizar o planejamento anual e de aulas para formar a memória do trabalho realizado no ano.
Antecipar os conteúdos que serão ensinados e a interação dos alunos com eles durante o planejamento. Serve também como banco de ideias de modalidades.


O papel de cada um 

Ao ler os relatórios, é papel da coordenação pedagógica tecer comentários e sugerir aos professores como melhorar a prática. Em Jundiaí, a 60 quilômetros de São Paulo, a estratégia da coordenação da EMEB Professor Geraldo Pinto Duarte Paes é transformar as perguntas dos professores em situações problema para serem discutidas. Os momentos de reunião são registrados, e os novos conhecimentos, sistematizados. "O que fica só no discurso acaba se perdendo. O registro é importante para a formação e para a história da escola", avalia Elizeth Cristina da Silva Ragazzo, uma das coordenadoras. 



Já o diretor, como articulador do trabalho pedagógico, precisa dar todo o suporte necessário aos professores e à coordenação pedagógica. Um bom princípio é participar das reuniões (tanto de formação permanente como de acompanhamento) e ajudar na busca das soluções para os dilemas de sala de aula. Para Clézio dos Santos, da FSA, ler os portfólios dos alunos e os registros dos docentes é uma forma eficiente de a direção acompanhar o aprendizado. "Sempre que for propor uma intervenção no cotidiano da escola ou em um curso específico, é preciso levar em consideração em que pé estão os trabalhos. Será que as crianças estão aprendendo?", sugere o formador de professores.




Quer saber mais?
CONTATOS 
Benigna Maria de Freitas Villas Boas
, mbboas@terra.com.br 
Clézio dos Santos, clezio@fsa.br 
Colégio Albert Sabin, Av. Darcy Reis, 1901, 05396-450, São Paulo, SP, tel. (11) 3712-0713 
Débora Rana, deborarana@ajato.com.br 
EE Victor Civita, R. Regiane, s/nº, 07180-000, Guarulhos, SP, tel. (11) 2412-6959 
EMEB Professor Geraldo Pinto Duarte Paes, R. Doutor Ângelo Pernambuco, 180, 13212-123, Jundiaí, 
SP, tel. (11) 4581-9879 
Escola Projeto Vida, R. Sóror Angélica, 364, 02452-060, São Paulo (SP) tel. (11) 2236-1459 

BIBLIOGRAFIA 
Manual de Portfólio: um Guia Passo a Passo para Professores
, Elisabeth Shores e Cathy Grace, 
160 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 51 reais 
Portfólio, Avaliação e Trabalho Pedagógico, Benigna Maria de Freitas Villas Boas, 192 págs., 
Ed. Papirus, tel. (19) 3272-4500, 35,90 reais 
Qualidade na Educação para a Primeira Infância, Alan Pence, Gunilla Dahlberg e Peter Moss, 264 
págs., Ed. Artmed, 52 reais 
Virando a Escola do Avesso por Meio da Avaliação, Benigna Maria de Freitas Villas Boas, 144 
págs., Ed. Papirus, 32,90 reais

Retirado da Revista Nova Escola.








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SUGESTÃO DE SITE PARA OS PROFESSORES TRABALHAREM FILMES COM OS ALUNOS

http://www.curtanaescola.org.br/

"Este site disponibiliza gratuitamente curtas brasileiros e promove o uso dessas produções em sala de aula.
São quase 400 vídeos, divididos por tema, disciplina, segmento e faixa etária, que podem ser assistidos diretamente na internet. A maioria deles é acompanhada de planos de aula elaborados por uma equipe pedagógica".
Visitem o site e bom trabalho!!!

informação retirada da Revista Gestão Escolar ano V nº 28 ( gestaoescolar.org.br )






INSTRUÇÃO PARA O USO DA LOUSA DIGITAL









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